terça-feira, 31 de março de 2020

AUXÍLIO EMERGENCIAL DE R$ 600: QUEM PODERÁ RECEBER E COMO SERÁ O PAGAMENTO?

Por que o governo não fabrica mais dinheiro para tirar o Brasil da ...
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CORONAVÍRUS


Auxílio emergencial de R$ 600: quem poderá receber e como será o pagamento?

Até dois membros da mesma família, que sejam trabalhadores informais ou MEI, poderão ter acesso ao benefício…

Publicada em 31 de março de 2020 às 11:51:21.

Por: Marcos André | Fonte: PortalPE10





O Senado aprovou ontem (30) o pagamento de R$ 600 por até três meses como auxílio emergencial para trabalhadores informais devido à pandemia de Coronavírus (Covid-19).


Para que o pagamento ocorra ainda é preciso que ocorra a sanção do presidente Jair Bolsonaro e a publicação de uma regulamentação por parte do governo federal.



O PortalPE10 resume as informações definidas até agora:

QUAL É O VALOR?


O pagamento será de R$ 600 por trabalhador por três meses.

Até dois membros da mesma família podem receber, gerando assim R$ 1.200 por família.


A mulher mãe de família que seja responsável pelo sustento da casa receberá duas cotas (R$ 1.200) por mês.


QUEM PODERÁ RECEBER?


É preciso atender todos os critério abaixo:

1) Ter 18 anos de idade ou mais;


2) Não ter emprego formal (registrado em carteira ou concursado)


3) Não ser aposentado ou ter benefício assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, (se receber o Bolsa Família poderá optar por receber o auxílio de R$ 600 se este for mais vantajoso


4) Ter renda familiar mensal média por pessoa de até meio salário mínimo OU a renda familiar mensal total seja de até três salários mínimos


5) Não ter recebido em 2018 mais de R$ 28.559,70


6) Exerceer atividade como Microempreendedor Individual (MEI) OU contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social OU trabalhador informal, de qualquer natureza


O QUE É PRECISO PARA RECEBER?


A renda dos trabalhadores será definida pelo

CadÚnico: cadastro feito pelas pessoas nos Cras, considerando data até 20 de março


OU

Quem não tem inscrição no CadÚnico terá que fazer uma autodeclaração de renda, por meio da internet. (As orientações para isso ainda não foram divulgadas).

ONDE SACAR O BENEFÍCIO?


Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil com possibilidade de liberação para pagamento também nos Correios e Casas Lotéricas. Isso será definido na regulamentação a ser feita pelo Governo Federal.

Atenção: NÃO ADIANTA IR NAS AGÊNCIAS NESTE MOMENTO. É PRECISO AGUARDAR A SANÇÃO E ORIENTAÇÕES DO GOVERNO.


A Prefeitura de Cascavel também irá divulgar orientações para a população por meio de canais oficiais.


COMO SERÁ O PAGAMENTO?


Devem ser criadas conta do tipo poupança social digital, de abertura automática em nome dos beneficiários, dispensando apresentação de documentos, isenta de taxas e sem cartão físico. Será permitida uma transferência por mês para outra conta sem custo.

QUANTAS PESSOAS DEVEM RECEBER?


Estima-se que 30 milhões de brasileiros sejam beneficiados.

O PortalPE10 seguirá acompanhando este assunto e divulgando as novas informações!

segunda-feira, 30 de março de 2020

REI DA TAILÂNDIA FAZ QUARENTENA COM 20 MULHERES NA ALEMANHA



SEGUNDA-FEIRA, MARÇO 30, 2020 



Aquelas pessoas que insultam o rei na Tailândia pode ser condenado a até 15 anos de prisão.

Acompanhado por 20 concubinas, o rei da Tailândia escolheu um hotel de luxo na região alemã dos Alpes para ficar em quarentena em meio à pandemia do novo coronavírus.


A atitude de Rama X, como é conhecido em seu país, vem sendo criticada duramente pelo povo tailandês.


O monarca, de 67 anos, conseguiu uma autorização especial para alugar todo o Grand Hotel Sonnenbichl, na cidade de Garmisch-Partenkirchen. 


A região das montanhas da Baviera é conhecida por suas belezas naturais, principalmente na atual estação europeia da primavera.


Para aumentar ainda mais a revolta popular, não se sabe se ele levou suas quatro esposas para a quarentena. 


Com base nesses fatos, milhares de tailandeses têm se arriscado a criticar o rei nas redes sociais. No país asiático, quem insulta o rei pode ser condenado a até 15 anos de prisão. (Renovamidia)


PERNAMBUCO É O TERCEIRO ESTADO EM NÚMERO DE MORTES POR CORONAVÍRUS NO BRASIL

 COVID-19: Mapa em tempo real da pandemia do Coronavírus criado ...
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PERNAMBUCO


Pernambuco é o terceiro estado em número de mortes por coronavírus no Brasil



Publicada em 30 de março de 2020 às 19:05:53.

Por: Marcos André | Fonte: Diário de Pernambuco




Pernambuco é o terceiro estado brasileiro com o maior número de mortes relacionadas ao novo coronavírus. Ao todo, são seis óbitos registrados. São Paulo, que aparece com a maior quantidade, notificou 113 mortes. O Rio de Janeiro, que aparece em segundo lugar, tem 18.A sexta morte por coronavírus foi confirmada em Pernambuco nesta segunda-feira (30).

De acordo com o novo boletim epidemiológico, são 77 casos confirmados da Covid-19 em território pernambucano, quatro a mais do que o número divulgado no balanço anterior, desse domingo (29). Também foram registrados dois novos casos de cura clínica, chegando a 13 recuperações de pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus.

No Brasil, o Ministério da Saúde informou, nesta segunda, que são 4.579 casos confirmados e 159 mortes. O boletim do órgão federal contabiliza 78 casos em Pernambuco, um a mais do que o número divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Em relação aos casos confirmados, Pernambuco é o 11º estado brasileiro com o maior número de registros, atrás de São Paulo (1.517 casos confirmados);Rio de Janeiro (657); Ceará (372); Distrito Federal (312); Minas Gerais (261); Rio Grande do Sul (241); Santa Catarina (197); Bahia (176); Paraná (155) e Amazonas (151). Em relação à quantidade de mortes, porém, Pernambuco aparece como o terceiro estado, atrás apenas de São Paulo (113 óbitos) e Rio de Janeiro (18).

SUS SE PREPARA PARA RECEBER 'TRÊS EPIDEMIAS'

Conheça o Sistema Único de Saúde (SUS)


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SUS se prepara para receber 'três epidemias'


Mateus Vargas 
4 horas atrás
© Marcello Casal Jr/Agência Brasil SUS precisa de investimento para atender pacientes com coronavírus

À espera de uma escalada ainda maior de casos do novo coronavírus, as autoridades de saúde ainda têm de se preocupar com registros de alta de doenças já conhecidas, como dengue e influenza. Epidemiologistas e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) afirmam que o País terá de enfrentar ao mesmo tempo “três epidemias” nos próximos meses.



Apenas até 21 de março, o País teve 441,22 mil casos de dengue, acima dos 273,19 mil registrados no mesmo período do ano passado. Em 2018, foram 71,52 mil casos neste intervalo. Há ainda 120 mortes confirmadas e 188 em análise para dengue neste ano. No ano de 2019, o Brasil registrou 1,54 milhão de casos de dengue. O número só é menor do que o de 2015 – 1,7 milhão.

Apesar de muito menos letal do que a covid-19, a doença tem alta incidência e exige esforços de autoridades de saúde, hoje pressionadas pela pandemia. Autoridades também alertam para o provável pico simultâneo de casos de influenza, como H1N1, e do novo coronavírus. “Teremos coronavírus, que é uma novidade, teremos influenza, que é uma rotina, todo ano acontece, e teremos também o pico de dengue. Aproveitem que estão em casa e limpem o quintal, eliminem focos de dengue e vacinem-se”, disse na quinta-feira o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

O Ministério da Saúde informa que já regularizou a distribuição de insumos necessários, como inseticidas, para o controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. A pasta também fez a compra de kits de diagnóstico da dengue para todos os Estados.

Para Denise Valle, bióloga pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, os casos de dengue no País flutuam. Os anos com altas podem ser explicados pela volta de um dos quatro subtipos da doença no País. Desde o fim de 2018 o subtipo 2 está sendo registrado. Ele não era observado desde 2008.

A bióloga aponta ainda alto número de casos de chikungunya no Brasil. “Faz muitos casos graves, penosos, que se estendem por muito tempo”, diz ela. Até 21 de março foram notificados 12.696 casos. Só o Estado do Espírito Santo concentra 22% dos pacientes; a Bahia, 21,4%; e o Rio, 19,5%. Neste intervalo foram confirmadas 3 mortes e outras 18 estão em investigação para a doença. “Aproveitem que estão em casa, vamos fazer o dever de casa: prevenção do Aedes. De cada dez criadouros (do mosquito), oito estão na nossa casas”, afirmou Valle.

Gripe. O pico de casos do novo coronavírus deve coincidir com a queda de registros de dengue, doença de maior incidência no verão, afirma Jair Ferreira, professor titular de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele diz, porém, que as altas da covid-19 e da influenza devem coincidir. “Por isso é extremamente importante a vacinação contra a gripe. Para evitar que haja mais casos graves. Ainda evita que se tenha duas infecções.” Até 14 de março, fora do período de pico para síndromes gripais, o Ministério da Saúde relata 165 casos e 13 óbitos por influenza A (H1N1), 139 casos e 14 óbitos por influenza B e 16 casos e 2 óbitos por influenza H3N2. Juntas, elas somaram 320 casos e 29 óbitos. No ano passado inteiro, o País registrou 5,8 mil casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de influenza, que podem ser evitados pela vacinação.

Sarampo. Além destas três enfermidades, o sistema enfrenta doenças como o sarampo, que já matou 4 pessoas neste ano, após 20 anos sem óbitos no Brasil. Até o começo de março foram notificados 4.971 suspeitas, sendo confirmados 909 casos. Há dez Estados com circulação ativa do vírus e São Paulo tem quase um terço dos pacientes. No caso, a vacinação é a única forma de evitar o contágio. As quatro mortes registradas (uma no Rio, outra em SP e duas no PA) foram de crianças de 5 a 18 meses.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, afirma que o SUS está acostumado a enfrentar mais de uma doença em alta. Os gestores, diz ele, estão sob alerta para que o apoio à covid-19 não deixe pacientes de outras enfermidades desassistidos. Segundo Beltrame, a ideia é aproveitar a sensibilidade da população para a vacina contra a gripe, em meio à pandemia, para também imunizar pessoas abaixo de 60 anos do sarampo.

DENGUE - Em 2020, até 21 de março

441.224 casos

120 óbitos

Paraná (53)

São Paulo (32)

Mato Grosso do Sul (19)

Mato Grosso (6)

Minas Gerais (2)

Distrito Federal (2)

Rio de Janeiro (2)

Acre (2)

Amazonas (2)

Permanecem em investigação 188 óbitos por dengue. 





CORONAVÍRUS: PRESIDENTE DO TSE AFIRMA QUE CALENDÁRIO ELEITORAL DAS ELEIÇÕES 2020 ESTÁ SENDO CUMPRIDO

Rosa Weber (Foto: Nelson Jr./STF)


Coronavírus: presidente do TSE afirma que calendário eleitoral das eleições 2020 está sendo cumprido

Publicado por José Matheus Santos em Notícias às 10:48


Em nota à imprensa neste domingo (29), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, afirmou que ainda há condições de cumprimento do calendário eleitoral, nesta fase da pandemia do novo coronavírus.

A ministra classificou como “prematuro” o debate sobre adiamento das eleições municipais. Rosa Weber ainda destacou que a posição é compactuada pelo vice-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, que assume a presidência da Corte em maio e estará no comando do tribunal durante o pleito de outubro.


“Esclareço que, no tocante ao cronograma de testes de equipamentos e sistemas eletrônicos, o TSE está alerta quanto às inevitáveis alterações ante o atual quadro de excepcionalidade. Já estão sendo estudados ajustes nos formatos de realização de tais testes”, disse Rosa, em comunicado.

Veja a íntegra da nota da presidente do TSE

“No âmbito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste momento ainda há plenas condições materiais de cumprimento do calendário eleitoral, apesar da crise sem precedentes no sistema de saúde do país causada pela pandemia do novo coronavírus.


Além das medidas já adotadas para adequar rotinas à nova realidade e seguir as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das autoridades médicas e sanitárias – entre as quais a restrição da circulação de público no Tribunal, a suspensão de eventos, o trabalho remoto, o incremento das votações pelo Plenário Virtual, a suspensão de prazos processuais – por meio da Resolução 23.615/2020, e a implantação da possibilidade de realização de sessões por videoconferência a partir da próxima semana, o Tribunal segue orientando suas ações no sentido do estrito cumprimento das etapas do calendário. Estas, em essência, estão previstas pela legislação federal e pela Constituição da República. Assim sendo, em viés jurídico qualquer iniciativa em sentido diverso extrapola os limites de atuação da Justiça Eleitoral.

Os graves impactos da pandemia na saúde pública têm acarretado múltiplas dificuldades em todas as áreas. Não é diferente no âmbito da Justiça Eleitoral. No entanto, conforme já referi em nota divulgada na última segunda-feira (23), neste momento é prematuro tratar de adiamento das Eleições Municipais 2020. Essa avaliação é compartilhada pelo vice-presidente, ministro Luís Roberto Barroso, que estará na Presidência do TSE durante o próximo pleito.

Esclareço que, no tocante ao cronograma de testes de equipamentos e sistemas eletrônicos, o TSE está alerta quanto às inevitáveis alterações ante o atual quadro de excepcionalidade. Já estão sendo estudados ajustes nos formatos de realização de tais testes. O Plano Geral contempla 20 testes, alguns deles repetidos mais de uma vez, com objetivos, complexidades e amplitudes diversos. Trata-se de um processo de depuração das soluções tecnológicas para atingir o menor nível de erro possível.

Até o momento, três desses testes foram cancelados: o Simulado Nacional de Hardware, que envolve todos os Tribunais Regionais Eleitorais e precisou ser suspenso na metade da execução planejada em virtude das políticas de isolamento impostas; o Teste do Sistema de Prestação de Contas; e o Teste de Desempenho da Totalização. Importante mencionar que os testes são qualitativos e não impeditivos.

Por fim, lembro que os questionamentos, submetidos ao TSE via Processo Judicial Eletrônico (PJE) acerca de eventual modificação dos marcos temporais previstos no calendário eleitoral, são objeto das Consultas nº 0600278-45.2020.6.00.000 e nº 0600282-83.2020.6.00.0000.

Estamos acompanhando atentamente a evolução diária do cenário nacional, inclusive para eventuais reavaliações, mantidas as atividades essenciais à realização das Eleições 2020.

Ministra Rosa Weber

Presidente do TSE”

PASTOR EURICO TESTA POSITIVO PARA O COVID-19

 


Pastor Eurico testa positivo para o Covid-19

por joaosobrinho|Publicado 28/03/2020



O Deputado Federal Pastor Eurico (Patriotas) é o primeiro parlamentar pernambucano a testar positivo para o novo coronavírus Covid 19.

O deputado, que também é pastor da Assembleia de Deus, tem 57 anos de idade e apresenta sintomas como tosse, febre e calafrios.

Pastor Eurico encontra-se em quarentena. Mesma situação da sua esposa irmã Lígia, que aguarda exames para confirmar se também foi infectada.


Nas redes sociais muitos amigos e correligionários enviam mensagens de apoio pela recuperação do Deputado.

Com informações do Blog Ponto de Vista

URGENTE: PALMARES REGISTRA PRIMEIRO CASO CONFIRMADO DO NOVO CORONAVÍRUS

Coronavírus (COVID-19): informe-se aqui! - Brasil Escola

Publicada em 30/03/2020 às 12h02.


URGENTE: Palmares registra primeiro caso confirmado do novo coronavírus

A informação foi confirmada pela III Gerência Regional de Saúde. O paciente está em Recife.


Coronavírus (COVID-19): informe-se aqui! - Brasil Escola
Imagem: reprodução do Google


O município de Palmares, na Mata Sul de Pernambuco, confirmou, na manhã desta segunda-feira (30), o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus de um morador local. Trata-se de um indivíduo do sexo masculino, que não terá o nome ou a idade revelados.


A informação foi confirmada pela direção da III Gerência Regional de Saúde (III GERES). Segundo o que foi apurado, o homem teve o diagnóstico de contágio por Covid-19, em transmissão comunitária, em um hospital de Recife, onde está internado neste momento. Apesar de o resultado ter sido oficializado na capital pernambucana, o boletim epidemiológico registra o caso no endereço fixo do paciente.


A Gerência não confirma, por enquanto, se a contaminação se deu ainda em Palmares, ou na capital. Pelas redes sociais, circula a informação de que há dois casos da doença, mas a direção do órgão afirmou, por telefone, que apenas o paciente internado em Recife está confirmado. Outros, em investigação, são registrados como suspeitos.


Mais informações a respeito desse caso serão divulgadas ao longo do dia no Portal Nova Mais e na programação da Nova Quilombo FM.

MÉDICO FRANCÊS AFIRMA QUE A CLOROQUINA É A CURA DO COVID-19



Médico francês afirma que a cloroquina é a cura do COVID-19

"Não tenho o direito de não usar o único tratamento que até agora se mostrou bem sucedido. Estou convencido de que, no final, todos usarão esse tratamento... Quando você tem um tratamento que funciona contra zero outro tratamento disponível, esse tratamento deve se tornar a referência", diz o polêmico e respeitadíssimo cientista Didier Raoult.


28/03/20 14:06
 

Didier Raout em entrevista ao Le Parisien: “Com minha equipe, acreditamos ter encontrado uma cura”.

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

O jornal francês “Le Parisien” publicou uma entrevista com o polêmico médico e pesquisador francês, Didier Raoult, considerado pelos seus pares o mais importante infectologista do mundo. Desde que veio a público o seu estudo acerca do uso da cloroquina para combater o Covid-19, Raoult virou uma vitrine. Muitos cientistas jogam pedras. Outros, que geralmente estão no contato direto com os pacientes mais graves, lançam mão de seu protocolo.

O fato é que, até aqui, a soma hidroxicloroquina + azitromicina passou a ser largamente usada no front dos hospitais. Em conjunto, os dois medicamentos, geram mais notícias positivas do que negativas. Há relatos de sucesso que são realmente animadores.

Só que Didier Raoni tem um estilo muito próprio. É um cientista, digamos, excêntrico em seus posicionamentos públicos. Focus traduziu a entrevista do Le Parisien para que os leitores tirem suas próprias conclusões.

Médico do Polo de Doenças Infecciosas de La Timone e Diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecções de Marselha (França), o Dr. Raoult garante a eficácia da cloroquina no tratamento do coronavírus.

Didier Raoult figura como top no ranking do expertscape.com, em Expertise in Communicable Diseases, um site de classificação de especialistas nas diversas áreas médicas, conforme sua contribuição e experiência no tratamento de uma doença específica.

O governo autorizou um grande ensaio clínico para testar o efeito da cloroquina no coronavírus. É importante para você ter obtido isso?
Não, eu não ligo. Eu acho que existem pessoas que vivem na lua e que comparam os testes terapêuticos da AIDS com uma doença infecciosa emergente. Eu, como qualquer médico, uma vez demonstrado que um tratamento é eficaz, acho imoral não administrá-lo. É simples assim.

O que você diz aos médicos que pedem cautela e estão reservados quanto aos seus testes e ao efeito da cloroquina, especialmente na ausência de mais estudos?
Entenda-me bem: sou um cientista e penso como um cientista com elementos verificáveis. Eu produzi mais dados sobre doenças infecciosas do que qualquer pessoa no mundo. Sou médico, vejo pessoas doentes. Eu tenho 75 pacientes hospitalizados, 600 consultas por dia. Então as opiniões um do outro, se você soubesse como eu não me importo. Na minha equipe, somos pessoas pragmáticas.

Como você começou a trabalhar com cloroquina e disse a si mesmo que poderia ser eficaz no tratamento de coronavírus?
O problema neste país é que as pessoas que falam são de total ignorância. Eu fiz um estudo científico sobre cloroquina e vírus, treze anos atrás, que foi publicado. Desde então, outros quatro estudos de outros autores mostraram que o coronavírus é sensível à cloroquina. Tudo isso não é novo. É sufocante que o círculo de tomadores de decisão nem sequer seja informado sobre o estado da ciência. Sabíamos da eficácia potencial da cloroquina em modelos de cultura viral. Sabíamos que era um antiviral eficaz. Decidimos em nossas experiências adicionar um tratamento com azitromicina [um antibiótico contra pneumonia bacteriana] para evitar infecções secundárias por bactérias. Os resultados foram fantásticos em pacientes com Covid-19 quando a azitromicina foi adicionada à hidroxicloroquina.

O que você espera de ensaios em larga escala em torno da cloroquina?
Nada mesmo. Com minha equipe, acreditamos ter encontrado uma cura. E em termos de ética médica, acredito que não tenho o direito como médico de não usar o único tratamento que até agora se mostrou bem-sucedido. Estou convencido de que, no final, todos usarão esse tratamento. É apenas uma questão de tempo até que as pessoas concordem e digam: é isso que você precisa fazer.

De que forma e por quanto tempo você administra cloroquina a seus pacientes?
A hidroxicloroquina é administrada na dose de 600 mg por dia, durante dez dias [na forma de Plaquenil, o nome do medicamento na França, nota do editor. No Brasil, chama-se Reuquinol) na forma de comprimidos administrados três vezes ao dia. E 250 mg de azitromicina duas vezes no primeiro dia e depois uma vez ao dia por cinco dias.

É um tratamento que pode ser tomado para prevenir a doença?
Nós não sabemos.

Quando você administra, quanto tempo leva para um paciente do Covid-19 se recuperar?
O que sabemos no momento é que o vírus desaparece após seis dias.

Você entende, no entanto, que alguns de seus colegas pedem cautela com este tratamento?
As pessoas dão sua opinião sobre tudo, mas só falo do que sei. Não dou minha opinião sobre a composição da seleção francesa! Todo mundo tem seu próprio trabalho. Hoje, a comunicação científica neste país é semelhante à conversa de bistrô.

Mas não existem regras de prudência a serem respeitadas antes de administrar um novo tratamento?
Para aqueles que dizem que precisamos de trinta estudos multicêntricos e mil pacientes incluídos, respondo que, se aplicássemos as regras dos atuais metodologistas, teríamos que refazer um estudo sobre o interesse do paraquedas. Pegue 100 pessoas, metade com pára-quedas e a outra sem e conte os mortos no final para ver o que é mais eficaz. Quando você tem um tratamento que funciona contra zero outro tratamento disponível, esse tratamento deve se tornar a referência. E é minha liberdade prescrever como médico. Não precisamos obedecer às ordens do governo para tratar os doentes. As recomendações da High Health Authority são uma indicação, mas não o obrigam. Desde Hipócrates, o médico fez o melhor, com base em seu conhecimento e com base na ciência.

E quanto aos riscos de graves efeitos indesejáveis ​​relacionados ao uso de cloroquina, especialmente em altas doses?
Ao contrário do que algumas pessoas dizem na televisão, a nivaquina [nome de uma das drogas projetadas à base de cloroquina] é bastante menos tóxica que o doliprano ou a aspirina ingerida em altas doses. Em qualquer caso, um medicamento sempre deve ser prescrito por um clínico geral.

Você está ciente da imensa esperança de cura para os pacientes?
Vejo acima de tudo que existem médicos que me escrevem diariamente em todo o mundo para descobrir como tratamos doenças com hidroxicloroquina. Recebi telefonemas do Hospital Geral de Massachusetts e da Clínica Mayo em Londres. Os dois maiores especialistas do mundo, um de doenças infecciosas, o outro de tratamentos com antibióticos, entraram em contato comigo pedindo detalhes sobre como configurar esse tratamento. E até Donald Trump twittou sobre os resultados de nossos testes. É apenas neste país [a França] que não está claro quem eu sou! Não é porque não vivemos dentro do anel viário de Paris que não fazemos ciência. Este país se tornou Versalhes no século XVIII!

O que você quer dizer com isso?
Paris está completamente fora de sintonia com o resto do mundo. Tomemos o exemplo da Coréia do Sul e da China, onde não há mais casos. Nesses dois países, eles decidiram há muito tempo realizar testes em larga escala para poder diagnosticar pacientes infectados mais cedo. Esse é o princípio básico do gerenciamento de doenças infecciosas. Mas chegamos a um nível de loucura tal que os médicos nos aparelhos de TV não aconselham mais diagnosticar a doença, mas dizem às pessoas para ficarem confinadas em suas casas. Não é remédio.

Você acha que limitar o convívio social da população não será eficaz?
Nunca antes isso foi feito nos tempos modernos. Estávamos fazendo isso no século 19 para a cólera em Marselha. A ideia de limitar as pessoas para bloquear doenças infecciosas nunca foi comprovada. Nem sabemos se funciona. É improvisação social e não medimos seus efeitos colaterais. O que acontecerá quando as pessoas ficarem trancadas, a portas fechadas, por 30 ou 40 dias? Na China, há relatos de suicídios por medo do coronavírus. Alguns vão lutar entre si.

Deveríamos, como exige a Organização Mundial da Saúde, generalizar os testes na França?
Vamos ter a coragem de dizê-lo: a França faz apenas 5000 testes por dia, quando a Alemanha realiza 160.000 por semana! Nas doenças infecciosas, diagnosticamos pessoas e, uma vez obtido o resultado, as tratamos. Especialmente porque estamos começando a ver pessoas portadoras do vírus, aparentemente sem sinais clínicos, mas que, em um número não desprezível de casos, têm lesões pulmonares visíveis na TC mostrando que estão doentes. Se essas pessoas não forem tratadas a tempo, existe um risco razoável de serem encontradas em terapia intensiva. Testar pessoas apenas quando já estão gravemente doentes é, portanto, uma maneira extremamente artificial de aumentar a mortalidade.

E devemos generalizar o uso de máscaras?
É difícil de avaliar. Sabemos que eles são importantes para o pessoal da saúde, porque são as pessoas que realmente têm um relacionamento muito próximo com os pacientes quando os examinam, às vezes a 20 cm do rosto. Não está claro até que ponto os vírus voam. Mas certamente não mais que um metro. Portanto, além dessa distância, pode não fazer muito sentido usar uma máscara. De qualquer forma, é nos hospitais que essas máscaras devem ser enviadas como prioridade para proteger os cuidadores. Na Itália e na China, uma parte extremamente grande dos pacientes acabou sendo o pessoal de saúde.

Leia Mais

MORTE, FREI TITO TEM DESPEDIDA RESERVADA COM SACERDOTES E FAMILIARES PRÓXIMOS NO RECIFE


MORTE


Frei Tito tem despedida reservada com sacerdotes e familiares próximos no Recife

Frade da Congregação Carmelitas teve um mal súbito neste sábado (28) e não resistiu


Publicado em 29/03/2020 às 19:36


Velório do Frei Tito - FOTO: BETO DLC
Leitura: 2min


O velório e sepultamento de Frei Tito, que teve um mal súbito nesse sábado (28), e não resistiu, ocorreu neste domingo (29), no cemitério de Santo Amaro, área central do Recife. Apenas sacerdotes mais próximos e familiares compareceram à cerimônia, que foi reservada.



Frei Tito, de 79 anos que já tinha um histórico de problemas cardíacos, pertencia a Ordem dos Frades Carmelitas e estava em isolamento social devido a pandemia do novo coronavírus (covid-19) na praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, quando sofreu a parada cardíaca e não resistiu.






Ele era doutor em Ciências Humanas e Antropologia pelo Museu Nacional, com pós-doutorado pela Universidade de Brasília (UNB), antropólogo, pesquisador, escritor e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

CATENDE: CAIO ALMEIDA FALA SOBRE A EXPECTATIVA ELEITORAL PARA 2020


domingo, 29 de março de 2020

Catende: Caio Almeida fala sobre a expectativa eleitoral para 2020

O pré-candidato a prefeito Rinaldo Barros (PSC) anunciou o cirurgião dentista Caio Almeida como vice em sua chapa. O anúncio foi bem recebido no grupo político de Rinaldo e repercutiu favoravelmente na cidade. Caio Almeida é um jovem, 30 anos, ligado aos movimentos da igreja católica e tem um consultório onde atende a população de Catende e região.


Ele concedeu uma entrevista exclusiva ao nosso Blog.


Boa noite dr. Caio. Agora, após o anúncio de seu nome como vice-prefeito na chapa do pré-candidato Rinaldo Barros, qual a expectativa para às eleições deste ano?
Quando falamos de eleições falamos de esperança em dias melhores. A minha expectativa não é diferente da de qualquer cidadão de bem. Espero que seja propositiva, verdadeira, com projetos que sejam possíveis de serem alcançados, que seja formada com a opinião do povo e assim através de organização e estratégias possamos alcançar não só o desenvolvimento de nossa cidade mas de nossa região. Podem até dizer que essas características não são típicas de eleições, mas digo com toda tranquilidade se não houver esperança pararemos no tempo e sofreremos pelas nossas indiferenças.


Como é que o senhor encara esse novo desafio?
Encaro como uma saída da zona de conforto. Encaro pensando num futuro vovô Caio que terá orgulho de um jovem de 30 anos que teve coragem de apostar em um ideal. Encaro como um chamado. Encaro também com muito respeito a quem tem pensamentos distintos. Encaro com Rinaldo Barros que sem dúvida está preparado, focado, aberto e cheio de ideias para oferecer a nossa cidade dias melhores.


Sua mensagem ao povo de Catende
Antes da mensagem gostaria de dividir com todos a alegria e paz que sinto pela decisão que foi muito bem pensada. Agradeço as mensagens de força e a oração de todos aqueles que querem o nosso bem. Agradeço ao Catendense pelo carinho e respeito que sempre recebi de todos. Minha mensagem é de que Hoje caminho com Rinaldo com muita esperança de que a nossa vitória seja a vitória do povo de Catende. Para que isso ocorra vamos a luta, vamos ouvir e unir o povo, busquemos a cada dia a compaixão pelo próximo. É isso que me motiva e deixo de mensagem como pré-candidato a vice-prefeito de nossa querida cidade.


Postado por Silvinho Silva às 21:53

domingo, 29 de março de 2020

CATENDE: ANTONIO DO EGITO SERÁ O VICE DE DONA GRAÇA


Catende: Antonio do Egito será o vice de Dona Graça

Em Catende, o clima político volta a esquentar e desta vez no palanque da pré-candidata Dona Graça (PTB). Neste domingo, a pré-candidata escolheu o seu companheiro de chapa. Todos sabem que diferente da maioria dos pré-candidatos, desde o ano de 2016, Graça anuncia seu vice sempre no início da pré-campanha.


Desta vez, o escolhido para ir para o pleito eleito foi o Vereador Antonio do Egito(PSDB). Polêmico, e figura forte nas redes sociais, com vídeos de fiscalização e de informação. Antonio do Egito é comerciante e bastante conhecido na cidade. Opositor ao governo Josibias desde 2017, Antonio do Egito agora vai batalhar ao lado de dona Graça para comandar a cidade a partir de 2021.


A decisão se deu após a pré-candidata ouvir os seus aliados. 




Postado por Silvinho Silva às 17:24

PROFISSIONAIS DO SUS JÁ ENFRENTAM COVID-19 SEM PROTEÇÃO E COBRAM TESTES




EM PERIGO

Profissionais do SUS já enfrentam Covid-19 sem proteção e cobram testes

"Nós estamos no começo da pandemia, e já estamos tendo contaminação de funcionários e toda essa dificuldade com UTI", diz fonte à Pública

Por Agência Pública | 29/03/2020 09:24


Marcelo Casal/EBC
Profissionais do SUS já enfrentam Covid-19 sem proteção e cobram testes

“Nós estamos no começo da pandemia, e já estamos tendo contaminação de funcionários e toda essa dificuldade com UTI. E isso com a orientação das pessoas de ficarem em casa. Imagina se não tivesse essa orientação, como seria”, pergunta Waldir *, enfermeiro que trabalha em duas unidades do SUS em São Paulo. “A palavra é descaso”, diz, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro, depois de ouvir o discurso em rede nacional em que o presidente minimizou a gravidade da pandemia e reclamou das quarentenas decretadas pelos governadores.


Como a maioria dos 20 profissionais de saúde pública de cinco estados (São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul) que falaram com a Agência Pública nesta semana, W. pediu anonimato — o medo de processos administrativos e outras retaliações é geral, apesar da diversidade das unidades do SUS. Enfermeiro há 15 anos, ele trabalha em uma Unidade de Pronto Atendimento na zona noroeste, periferia da capital paulista. Na quarta-feira, quando falou à reportagem por telefone, estava há uma semana afastado do trabalho por apresentar sintomas de infecção por coronavírus, como tosse seca e falta de ar. Outras quatro colegas da enfermaria foram afastadas do trabalho. Nenhum dos profissionais conseguiu fazer o teste para coronavírus.


W. tem certeza que ficou doente por causa das condições de trabalho na UPA, com capacidade de atender mais de 60 mil pacientes. “O pior é a falta de proteção”, diz. Segundo ele, o único acessório que não falta são as luvas. “As máscaras estão totalmente racionadas, quando tem. E, de acordo com a orientação do fabricante, o uso deve ser feito por duas horas porque ela perde a eficácia depois desse tempo. Eles querem que a gente use por seis horas. São quatro horas desprotegidos”, aponta. “Essa falta de EPIs está gerando uma exposição desnecessária da nossa saúde e dos nossos familiares.”

Também os pacientes ficam expostos pela falta de equipamentos de proteção para os profissionais. De acordo com o Victor Grabois, presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), em entrevista ao site da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) enquanto “se espera que, na comunidade em geral, um portador do vírus infecte de 2 a 3 pessoas, no âmbito dos serviços de saúde um profissional de saúde que esteja contaminado pode infectar até 9 pessoas”.

Na unidade de W., os aventais, que segundo o protocolo do Ministério de Saúde, devem ser “impermeáveis e descartáveis” passeiam de uma ala à outra, já que também o isolamento dos pacientes não é eficiente. “Os pacientes ficam na sala de emergência um do lado do outro, os leitos divididos apenas por cortinas. E você cuida de pacientes que estão com Covid-19, e dos que não estão, com o mesmo avental”, afirma, entre a indignação e a frustração.

W. voltará ao trabalho em abril, quando se espera um pico de casos em São Paulo. Enfermeiro há 15 anos por vocação — “eu gosto de cuidar das pessoas e as pessoas precisam de cuidado” — ele quer participar da batalha, mas teme não dar conta se não houver um apoio maior do governo ao SUS. “Eu não sei se vou aguentar voltar nessas condições. Para mim, tem que ter material de trabalho. É frustrante, deprimente e agonizante saber que vai ter tubo para um e não vai ter para outro… É algo que eu não quero nem pensar agora, vai ser muito dano psicológico [para os profissionais da saúde]”, ele diz, que tenta controlar a ansiedade fazendo terapia por Skype. “Ninguém cuida da gente. Ou a gente se cuida, ou adoece”, alerta.

O relato de W. é um retrato do que está acontecendo nesse momento em boa parte do sistema público da Saúde. A maioria dos entrevistados desta reportagem — médicos e enfermeiros de hospitais públicos, que dependem de verbas do SUS, e de unidades que compõem a rede de atendimento primário, UBS, UPA, SAMU, em localidades grandes e pequenas, no Sul, Sudeste e Nordeste do país, relataram como principais problemas a persistente falta de equipamentos de proteção e a dificuldade de isolar pacientes com segurança.

Desde o dia 13 de março, o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) recebeu 1.374 denúncias de falta ou escassez de EPI. Um pouco menos do que as denúncias registradas pelo Conselho Federal de Medicina: entre os dias 19 e 24 de março foram mais de 1500, principalmente por falta de equipamentos de proteção individual. O estado de São Paulo, o mais afetado pela pandemia, lidera o ranking nacional, com 449 reclamações, seguido por Minas Gerais, com 187; Rio Grande do Sul com 175 e Rio de Janeiro, com 148 denúncias.

Há exceções: médicos de hospitais bem aparelhados, como o Hospital de Transplantes de São Paulo, o hospital Mário Covas, com UTIs de referência, ou como o Hospital Municipal M’Boi Mirim, administrado pelo Einstein, disseram ter recebido os equipamentos completos e as orientações de como usar.

Também no maior hospital de Recife, em Pernambuco, médicos e funcionários da enfermagem receberam os EPIs nesta semana. Mas ali foi na marra; a presidente do Sindicato dos Enfermeiros no Estado (Seepe), Ludmila Outtes, em Recife, chegou a ser ameaçada depois que os enfermeiros anunciaram uma greve — considerada ilegal pelo governo estadual —, por causa da alarmante escassez de material de proteção. No dia 19, véspera da data marcada para a paralisação, equipes da Secretaria da Fazenda, Procon e Polícia Militar entraram em uma loja de produtos hospitalares em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e recolheram máscaras para abastecimento da rede pública.

Mas apesar dos EPIs obtidos por médicos e enfermagem no Hospital da Restauração, em Recife, as assistentes sociais, psicólogas, fisioterapeutas, que lidam diariamente com o público, além de maqueiros e serventes, só receberam luvas; dependem da solidariedade das enfermeiras para conseguir as máscaras. “Elas sabem o risco que estamos correndo nesse hospital, que recebe pacientes do Estado inteiro, em ambientes que contrariam totalmente o protocolo do MS, e não tem janelas, e o ventilador fica o dia todo espalhando tudo”, contou uma dessas profissionais. Ela também chama a atenção para a presença de idosos, como ela, no atendimento direto aos pacientes, muitas vezes sem equipamento de proteção. “Se a Vigilância Sanitária chegar no hospital, vai ver muitos idosos trabalhando no atendimento ao público, e trabalhando sem as EPIs necessárias”, diz.

Outra entrevistada, funcionária do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que realiza o atendimento pré-hospitalar e o transporte de pacientes para unidades hospitalares, disse que os profissionais de sua unidade, mesmo com sintomas respiratórios, estão sendo “orientados a ir ao hospital e não a ficar em casa, como as autoridades informam”. Questionada sobre as orientações transmitidas às unidades, em especial ao SUS, em referência a profissionais de saúde com sintomas, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo respondeu após a publicação da reportagem que as orientações aos profissionais de saúde têm sido comunicadas por meio de webconferências, documentos técnicos e nos serviços de saúde. A resposta completa está aqui.

“Pessoalmente, estou extremamente abalada, com medo de contaminar nossa família ou qualquer outra pessoa. Não tenho conseguido dormir e meus colegas fazem o mesmo relato”, desabafou.
Como disse um médico, referindo-se à desigualdade na distribuição dos recursos do SUS: “Tudo depende de onde você está” — em qual unidade, cidade e região.
Testes é reivindicação unânime, apesar das diferenças
Agência Brasil
Profissionais do SUS cobram proteção e informação contra coronavírus e lutam também pela própria saúde

A falta de testes para o coronavírus, porém, é uma preocupação de todos os profissionais ouvidos. Com exceção de médicos do Hospital de Transplantes de São Paulo, nenhum outro profissional relatou a realização de testes para os trabalhadores do setor. Ontem, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo enviou um ofício ao Ministério da Saúde pedindo que todos os médicos e profissionais da área que estejam em contato com pacientes sejam testados, caso apresentem sintomas da doença, leves ou graves. A medida, segundo o Conselho, é “fundamental para a contenção da doença e uma forma de evitar uma possível falta de médicos”.

“O ideal seria testar todo mundo como a Coréia fez. Nós não podemos fazer isso, somos 210 milhões de habitantes, mas os profissionais de saúde sem dúvida nenhuma devem ser testados”, diz a médica pneumologista, pesquisadora e docente da Fundação Oswaldo Cruz, Margareth Dalcolmo.

Sem os testes, que poderiam descartar a presença de vírus nos profissionais, também há casos de funcionários com sintomas que são afastados por um período maior do que seria necessário se fosse descartada a presença do vírus.

Uma realidade que já atinge profissionais da saúde da família e em outras unidades de saúde básica. “Recebemos apenas dois kits para exames de sintomáticos com jalecos descartáveis que já foram usados e não houve reposição”, afirmou uma profissional de Unidade da Família (USF) em Jordão, na zona sul de Recife. Com a falta de segurança, trabalhadores com mais de 60 anos ou doenças crônicas procuraram seus médicos e solicitaram afastamento. Restou apenas uma técnica de enfermagem para três equipes de saúde, pois não houve substituição de profissionais. A unidade tem recebido cerca de cinco casos de sintomas característicos da Covid-19 por dia.

No interior de São Paulo, a médica Nádia Miatta, que atua na coordenação da rede básica de saúde da região de Fernandópolis, disse à Pública que dois médicos (de um total de 20) e 20 profissionais da enfermagem (de 60) já foram afastados, o que aumenta o nervosismo das equipes, que se sentem despreparadas para lidar com a situação. “Tem muito médico entrando em pânico aqui, que não tem preparo psicológico, não tem preparo técnico para lidar com respirador, paciente grave em UTI”.

Na outra ponta do sistema, a sobrecarga dos médicos residentes nos grandes hospitais públicos — que já costumam acumular funções, também preocupa. “Muita gente ficou sintomática, foi afastada mas ainda não teve a confirmação e nem houve nenhuma comunicação oficial sobre os casos”, contou Mário*, residente da Santa Casa de São Paulo, que conversou com a Pública por telefone de casa, onde está desde que foi afastado por suspeita de coronavírus. Naquele mesmo dia (25), todos os residentes, independentemente da especialidade em que atuam, foram convocados a trabalhar em rodízio na tenda de triagem, montada na frente do hospital para atender os casos com sintomas respiratórios. Segundo ele, foi o colega, que tinha feito o exame em um hospital particular, quem o comunicou do resultado positivo para o vírus. Naquele momento ele já apresentava os sintomas que o levaram ao afastamento.

Procurada pela reportagem para comentar a questão dos profissionais afastados e das notificações, a Santa Casa de São Paulo informou “que os números relacionados ao Covid-19 são diariamente transmitidos aos órgãos oficiais”. E reafirmou seu “compromisso com a saúde da população acreditando que com ações em conjunto conseguiremos enfrentar esse momento difícil com sucesso”.

Não há estatísticas específicas divulgadas pelo Ministério da Saúde sobre casos de coronavírus entre profissionais de saúde, embora essa categoria tenha sido classificada como de “risco muito alto de exposição”, pelo Ministério Público do Trabalho. Na sexta-feira passada, duas profissionais de saúde — uma médica e uma técnica de enfermagem — morreram em São Paulo por suspeita de coronavírus. Nenhuma das duas estava entre os casos suspeitos de coronavírus registrados nas estatísticas oficiais.

A Secretaria de Saúde de São Paulo diz não ter a contabilidade dos casos separadamente para os profissionais de saúde. Já no Rio Grande do Sul, médicos afirmam que a orientação é notificar e afastar os casos de trabalhadores da saúde com sintomas gripais e febre, que deverão passar por testes, raramente realizados. Em Gravataí, no interior, os médicos chegaram a chamar a Vigilância Sanitária para exigir o teste de uma trabalhadora de saúde, que deu positivo. No Rio de Janeiro, os próprios profissionais passaram a contar os casos, como revelou hoje o UOL. O Sindicato dos Enfermeiros do RJ contabilizou 80 profissionais em quarentena.

Quanto aos testes, apesar das reivindicações da Cremesp e das promessas do Ministério da Saúde de distribuir 22 milhões de testes, especialmente para os profissionais de saúde e segurança, o site do MS informava até ontem que apenas 32.576 testes haviam sido distribuídos. Podem ter sido menos, podem ter sido mais. Como mostrou a reportagem “A caixa-preta do coronavírus no Brasil”, transparência não é o forte do Ministério da Saúde, o que contribui para a insegurança dos profissionais de saúde e da população em geral.
Até falta de água e sabão para lavar as mãos

Profissionais que atuam há muito tempo no SUS lembram que já enfrentavam uma situação difícil antes da epidemia, principalmente depois de 2016, quando o governo Temer editou a Emenda Constitucional 95 — conhecida como emenda “do fim do mundo”, que congelou por 20 anos os gastos com a saúde. Segundo um estudo da Comissão de Orçamento e Financiamento (Cofin) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), publicado pelo site Marco Zero, de Recife, o SUS já perdeu R$ 20 bilhões de 2016 para cá. Além do déficit, o “investimento per capita anual é muito baixo e desigual nos territórios: há municípios em que o gasto por pessoa é de R$ 5 mil; em outros, R$ 280”, disse Islândia Carvalho, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco em entrevista ao site.

Em Maceió, uma médica de um hospital referência para o tratamento de Covid-19 relatou à Pública que “a emergência conta com uma sala apenas de isolamento, sem banheiro, sem carrinho de parada, e sem ventilador mecânico”, o que a preocupa ainda mais pelo fato do hospital atender muitos pacientes com HIV, que já possuem a imunidade comprometida. “As enfermarias também não tem ventilador mecânico e, por muitas vezes, faltam medicações básicas como dipirona”, ela diz.

Goretti*, que há mais de 40 anos trabalha no Hospital da Restauração, em Recife, tem longa prática em trabalhar em condições precárias. Atuando na maior emergência do estado de Pernambuco, estado que já contabiliza três mortos e 48 casos confirmados pelas contas do Ministério da Saúde, ela conta que faltava sabão — e até água — nos banheiros públicos do hospital, o que foi confirmado à Pública por mais quatro colegas. “Os profissionais estão angustiados, higienizando as salas por sua própria conta, levando álcool em gel e até sabão de casa”, diz.

“A gente deixou de fazer o atendimento nos leitos, mas as salas são muito pequenas, sem janelas, e não há como manter os 2 metros de distância dos pacientes”, diz uma psicóloga. Ela também relata, que além do risco inerente ao trabalho, especialmente pela falta de EPIs, a chefia pediu aos profissionais que distribuíssem panfletos aos pacientes e acompanhantes sobre o Covid-19. “Não tem como panfletar sem se aproximar das pessoas”, lamenta.

Nas cidades vizinhas à capital pernambucana, além da falta de equipamentos, muitos trabalhadores do interior têm vínculos precários, não são concursados, e estão se submetendo a qualquer condição ruim para não perder seus empregos. Conversamos com trabalhadores da saúde de Caruaru, Goiânia, Moreno, São Lourenço que disseram que estão comprando por conta própria materiais, capacete de proteção e até roupas de soldador, de construção civil, por meio da internet. “Estamos confeccionando nossos escudos faciais com folha de acetato e diadema (arco de cabeça). Quem está na ponta está morrendo de medo de adoecer”, desabafou uma profissional de unidade básica de saúde.

Procurada, a Secretarias de Saúde de Pernambuco não retornou até a publicação desta matéria.
Sorteio de máscaras

Em Minas Gerais, nem mesmo os profissionais que trabalham no hospital Eduardo de Menezes, referência para o tratamento de casos suspeitos de coronavírus de Belo Horizonte, estão se sentindo minimamente seguros. “Nós estamos passando um medo muito grande dentro do hospital nessa situação de coronavírus”, desabafou a técnica de enfermagem, Gabriela*, que trabalha no CTI.

Segundo ela, os técnicos de enfermagem estão usando o mesmo capote para atender duas pessoas. “A contaminação aumenta mais ainda porque se a gente usa um capote para dar banho no paciente ao lado, se um for positivo, o outro vai acabar virando um paciente positivo. O que vai aumentar o número de coronavírus aqui no nosso Estado, por falta de EPI (equipamento de proteção individual)”, denunciou.

Em apenas cinco dias, — 20 a 24 de março —, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MG) recebeu quase trezentas denúncias de falta de equipamentos por telefone e email. O Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais informou hoje que recebeu “quase 100 denúncias de diversas cidades mineiras sobre as condições de trabalho, que estão sendo cadastradas e triadas”. Segundo o MPT-MG as denúncia vêm de trabalhadores da rede pública e privada “e são provenientes tanto de grandes cidades como Belo Horizonte, Betim, Contagem e Uberlândia, como de pequenas cidades”. “Esses dados serão usados para subsidiar as próximas atuações do MPT-MG”, conclui a resposta à Pública.

Dentre os relatos ao Coren, enfermeiras contam que estão tendo de sortear máscaras cirúrgicas, ou que as máscaras estão sendo fornecidas apenas para os médicos, além dos casos de ausência total de material. Até o álcool está sendo racionado. Tem quem está tirando dinheiro do próprio bolso para comprar os equipamentos. Diante deste cenário, há enfermeiras que estão se isolando da família para preservar os filhos e companheiros, ou pedindo demissão.

Bruna*, enfermeira de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Uberaba, no Triângulo mineiro, deixou o emprego na quarta-feira passada para preservar seus filhos de uma possível contaminação. “Lá onde eu trabalhava fornecem apenas uma máscara que vale por duas horas, para um plantão de 12 horas. O capote não é adequado, é um tecido muito fino. A gente não teve nenhum treinamento até hoje de manejo com esses pacientes. Nem o fluxo que está tendo em alguns lugares, que é o certo a se fazer, que é uma entrada específica para esses pacientes, o distanciamento, nós não tivemos”, contou.

Segundo Bruna, as pessoas que chegam na UPA com suspeita de coronavírus ficam em locais que não são isolados porque “só tem dois isolamentos com banheiro”. “A gente está trabalhando sem nenhuma condição, está muito tenso. Os médicos também estão muito nervosos, a maioria está alugando hotel para ficar isolado da família. Alguns enfermeiros também que tem essa possibilidade ou deixa com algum parente, ou está alugando hotel para ficar isolado”.

A enfermeira lamenta ter sido levada a se demitir: “Foi muito contra a minha vontade. Eu gosto de ser enfermeira, é um ideal meu. Se eu tivesse condições adequadas e treinamento, com certeza eu ficaria trabalhando. A gente se sente mal com isso porque não é o que eu gostaria. Eu gostaria de ter condições de treinamento, segurança para continuar trabalhando”.

Procurada, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais não retornou até a publicação da matéria.

A Rede Fhemig, responsável pelo hospital Eduardo de Meneses, disse que todas as redes estão abastecidas com equipamentos de proteção individual e seguem as orientações das suas diretorias, amparadas pelo contingenciamento necessário estabelecido nos protocolos clínicos e nas portarias das instâncias estaduais e federais sobre a epidemia do COVID-19. Os EPI’s estão sendo fornecidos, especialmente as máscaras, de forma responsável aos profissionais cujo seu uso no atendimento é indispensável. Sabemos que esses itens se encontram em falta no mercado e é necessário que haja um contingenciamento para evitar extravios e o uso indiscriminado, o que acarretará, realmente, em riscos para servidores e pacientes.

Todos os critérios e materiais referentes aos equipamentos de proteção individual, assim como outras orientações aos profissionais de saúde, estão descritos na Norma Técnica nº 04/2020 – Orientações para Serviços de Saúde: Medidas de Prevenção e Controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

“O risco é ficar paralisado, não acordar no dia seguinte para trabalhar”
Na UBS Francisco Dias, em Osasco, região metropolitana de São Paulo, a médica Nathalia Neiva dos Santos está há uma semana na linha de frente porque sua unidade – que já atende muitos idosos – passou a ser referência para atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios. Além de muitos pacientes com sintomas de gripe, ela diz que atendeu muita gente buscando orientação, sem saber como agir nesse momento, e casos de ansiedade, com a somatização de sintomas em pacientes idosos e ansiosos. “Os casos de ansiedade e síndrome do pânico estão começando, então a previsão é um aumento de casos de saúde mental”, diz. Inclusive entre a equipe médica.

“Enquanto trabalhadores, estamos com medo, lidamos com técnicos de enfermagem e agentes de saúde com medo, e temos que trabalhar para lidar com o stress e a fadiga dos trabalhadores. O risco é ficarmos paralisados e não conseguirmos acordar no dia seguinte para trabalhar. Então começamos, há dois dias, a fazer um momento de alongamento e relaxamento aqui na unidade, entre os profissionais, para nos dar mais condições de nos manter nesses dias”, conta.

A situação de tensão diante dos casos da pandemia, que se avolumam entre nós, a fez lembrar de outra crise, “com algumas semelhanças.” Em 2018, Nathalia trabalhou em Barra Longa (MG), em 2018, uma das cidades atingidas pela lama da Samarco na região de Mariana. O pior momento, lembra, foi quando as pessoas começaram a fazer exames que identificaram a contaminação por metal pesado. “Como não sabiam a fonte da contaminação, se era a água, os alimentos, o solo, as pessoas começaram a entrar em um pânico geral, por não conseguir identificar a fonte transmissora”, lembra. “Eu tinha a sensação de impotência. Enquanto profissional de saúde a gente quer dar conta do problema colocado, mas a solução não vem de mim, vem de um esforço de pessoas, e do próprio Estado na construção de políticas públicas. Então nos sentimos muito pequenos diante do problema”, diz.

Nathália também ficou revoltada com o discurso de Bolsonaro de quarta-feira, principalmente pelas informações equivocadas sobre a importância do isolamento social. “O que Bolsonaro faz agora é gerar confusão nas pessoas. A gente faz uma orientação em trabalho de formiguinha, em um esforço diário por meio de um protocolo internacional, e o presidente, usa de uma rede de transmissão para disseminar uma informação que entra em conflito com a nossa, em relação ao isolamento. Então é como enfrentar uma grande maré e perder a força. Estamos na frente das pessoas, expostas a uma contaminação, enquanto ele está no Palácio da Alvorada, na casa dele. Me sinto frustrada e injustiçada como grande parte dos trabalhadores de saúde”, diz.
Números do front

Não é fácil saber quantos profissionais de saúde estão na linha de frente do combate à epidemia nos 200 mil estabelecimentos que compõem o Sistema Único de Saúde, que reúne a rede pública e a rede privada filantrópica/conveniada. Em artigo recente no jornal O Globo, a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz, Maria Helena Machado, falou em “mais 3,5 milhões de funcionários de saúde que nele atuam”, qualificando-os de “patrimônio nacional” no âmbito da Saúde.

Nem todos, porém, atuam no front do atendimento direto ao paciente. Se restringirmos a busca no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil para as categorias que enfrentam a maior exposição – médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, chegamos a 1,147 milhão de profissionais que atendem no SUS (dados de fevereiro de 2020). Destes 303 mil são médicos, a maioria clínico geral, e 31 mil residentes. Trabalham na enfermagem do SUS 843 mil profissionais – sendo 232 mil enfermeiros, 441 mil técnicos e quase 169 mil auxiliares. O estado de São Paulo, sozinho, concentra aproximadamente um quarto dos médicos (81 mil) e mais de 20% dos enfermeiros (50 mil).

A remuneração destes profissionais acompanha a desigualdade do SUS. Segundo o Cremesp, a rede privada concentra 3 vezes mais médicos do que a pública, o que contribui para a variação de salários dentro da mesma categoria. Em São Paulo, 62,4% dos médicos tem remuneração de até 16 mil reais, enquanto 20,4% recebem de 16 a 24 mil, e 13% mais do que 24 mil mensais.

Os dados são mais escassos em relação à enfermagem, que compõe o grosso da linha de frente. Os mais completos, embora desatualizados, são da Pesquisa Nacional da Enfermagem do Brasil, feita em parceria entre Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) e Fiocruz e divulgada em 2015. Dos técnicos e auxiliares de enfermagem, 84,7% eram mulheres, maioria esmagadora também entre os enfermeiros, onde elas representavam 86% da categoria.




Os brancos são maioria entre os enfermeiros, com 57,9% se declarando dessa cor/raça; já entre os técnicos e auxiliares o percentual maior se inverte: pretos e pardos somam 56%. Para efeito comparativo, já que os dados são de 2013, mais de 50% dos auxiliares e técnicos ganhava entre 681 e 2000 reais enquanto 58% dos enfermeiros recebiam entre 2 mil e 5 mil reais. Um dado importante que a pesquisa traz é o número de ocupações que cada profissional exerce: 28% dos enfermeiros e 24% de técnicos e auxiliares trabalhavam em duas atividades, e cerca de 3% em três.