segunda-feira, 11 de abril de 2022

NO BRASIL DEFESA TERÁ DE EXPLICAR COMPRA DE 35 MIL COMPRIMIDOS DE VIAGRA ÀS FORÇAS ARMADAS

 




Defesa terá de explicar compra de 35 mil comprimidos de Viagra às Forças Armadas

"O governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e em quantidade tão alta", disse Elias Vaz (PSB/GO)


deputado federal Elias Vaz (PSB/GO) apresentou à Câmara dos Deputados um requerimento para que o ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, esclareça a compra de 35.320 comprimidos de Viagra para as Forças Armadas.

O parlamentar diz ter identificado, no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal, oito pregões homologados em 2020 e 2021 e ainda em vigor neste ano. Nessa linha, argumenta que o requerimento é necessário 'para a fiscalização econômico-financeira'.

"O governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e em quantidade tão alta. As unidades de saúde de todo o país, entretanto, enfrentam com frequência falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra. O Congresso Nacional e a sociedade merecem uma explicação", registra o parlamentar no documento.

Nos processos de compra, o medicamento é listado como citrato de sildenafila, em dosagens de 25 mg e 50 mg. De acordo com Vaz, 28.320 comprimidos foram comprados para a Marinha. O Exército ficou com 5 mil unidades do medicamento e a Aeronáutica com 2 mil comprimidos.

Ao Estadão, a Marinha afirmou que a compra de sildenafila visa o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), ‘uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar’.

O deputado ainda questiona outras aquisições do Ministério da Defesa, entre elas a compra de mais de 1 milhão de quilos de picanha, filé e salmão entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, na gestão de Braga Netto.

"Só de filé mignon são 557,8 mil quilos para atender aos comandos da Marinha, da Aeronáutica e do Exército, além da Indústria de Material Bélico do Brasil. O cardápio ainda incluiria 373,2 mil quilos de picanha e 254 mil quilos de salmão", diz a equipe do deputado.

COM A PALAVRA, A MARINHA

Os processos licitatórios realizados pela Marinha do Brasil para aquisição de sildenafila de 25 e 50mg visam o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar. Pode ocorrer associada a uma variedade de condições clínicas subjacentes ou a uma doença que afete exclusivamente a circulação pulmonar. Trata-se de doença grave e progressiva que pode levar à morte. A associação de fármacos para a HAP vem sendo pesquisada desde a década de 90, estando ratificado, conforme as últimas diretrizes mundiais (2019), o uso da sildenafila, bem como da tadalafila, com resultados de melhora clínica e funcional do paciente.

Fonte crédito  https://www.noticiasaominuto.com.br/politica/1900647/defesa-tera-de-explicar-compra-de-35-mil-comprimidos-de-viagra-as-forcas-armadas




 

NO BRASIL GARIMPEIROS EXIGEM SEXO COM MENINAS E MULHERES IANOMÂMI EM TROCA DE COMIDA, APONTA RELATÓRIO

 




Garimpeiros exigem sexo com meninas e mulheres ianomâmi em troca de comida, aponta relatório

Garimpeiros exigem sexo com meninas e mulheres indígenas como moeda de troca por comida na Terra Yanomami. É o que aponta o relatório da Hutukara Associação Yanomami (Hay), divulgado nesta segunda-feira (11).

As informações foram antecipadas pelo jornal “O Globo” neste domingo (10). O documento traz relatos de indígenas, pesquisadores e antropólogos, e mostra que ao menos três adolescentes, de até 13 anos, ficaram doentes e morreram em 2020 após os abusos praticados pelos garimpeiros.

“Elas eram novas, tendo apenas tido a primeira menstruação. Após os garimpeiros terem provocado a morte dessas moças, os ianomâmis protestaram contra os garimpeiros, que se afastaram um pouco. As lideranças disseram para eles [garimpeiros] que estando tão próximos, se comportam muito mal.”, diz o relato de uma pesquisadora indígena após conversa com uma mulher ianomâmi.

Na região do Rio Apiaú, os moradores relataram à Hutukara que um garimpeiro que explora a região ofereceu drogas e bebidas aos indígenas e, quando todos já estavam bêbados, estuprou uma das crianças da comunidade.

Há também a denúncia de um “casamento” arranjado de uma adolescente ianomâmi com um garimpeiro, com a promessa de pagamento de mercadoria, que nunca foi cumprida.

Para Dário Kopenawa, vice-presidente da Hay, o governo precisa avaliar as ações adotadas até hoje, pois muitas operações de combate ao garimpo “não surtiram efeitos”.

“Esse documento mostra a realidade que estamos vivendo e suas consequências, de muita violência e vulnerabilidade. O meu povo está sofrendo. Pedimos o apoio da população para se unir ao nosso grito de socorro para a retirada imediata dos garimpeiros do nosso território”, disse Dario Kopenawa.

O g1 procurou o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional do Índio (Funai) e aguarda retorno.

Avanço do garimpo e explosão da malária

A Terra Indígena Yanomami é a maior reserva do país, com mais 10 milhões de hectares distribuídos no Amazonas e Roraima, onde fica a maior parte. São mais de 28,1 mil indígenas que vivem na região, incluindo os isolados, em 371 aldeias. Além da destruição ambiental, a presença do garimpo também provoca a disseminação de doenças e desnutrição.

O relatório revela que em 2021, o garimpo ilegal avançou 46% em comparação com 2020. No ano passado, já havia um salto de 30% em relação ao período anterior. De 2016 a 2020, o garimpo na Terra Yanomami cresceu 3.350%, conforme o estudo.

O número de comunidades afetadas diretamente pelo garimpo ilegal soma 273, abrangendo mais de 16 mil pessoas.

“A extração ilegal de ouro [e cassiterita] no território ianomâmi trouxe uma explosão nos casos de malária e outras doenças infectocontagiosas, com sérias consequências para a saúde e para a economia das famílias, e um recrudescimento assustador da violência contra os indígenas”, diz a Hutukara.

Em novembro do ano passado, reportagem do Fantástico (TV Globo) e o g1 mostrou a grave situação da saúde na Terra Yanomami. Em uma das comunidades, a Xaruna, equipe encontrou uma das piores situações dentro da reserva indígena, com dezenas de crianças desnutridas e com sintomas de malária.

O monitoramento começou a ser feito em outubro de 2018, e a área total destruída pelo garimpo somava cerca de 1,2 mil hectares, com maior concentração nos rios Uraricoera e Mucajaí.

De lá até 2021, a área impactada dobrou e atingiu em em dezembro passado o total de 3.272 hectares, segundo a Hay. O crescimento, conforme o relatório, foi acentuado principalmente a partir do segundo semestre de 2020, coincidindo com o avanço da Covid-19 na região.

A imagem de uma cratera a céu aberto causada pelo garimpo ilegal, ameaçando a estrutura da Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) de Homoxi, mostra o avanço da atividade garimpeira, cada vez mais próxima das comunidades. A foto foi divulgada por Dário Kopenawa numa rede social.

O relatório da Hay também mostra que, o polo de Homoxi não é o único. Dos 37 polos de saúde existentes na Terra Indígena, 18 possuem registro de desmatamento relacionado ao garimpo.

Registros aéreos mostram destruição

No final de janeiro de 2022, a Hutukara realizou registros aéreos para o relatório, que mostram a proximidade do garimpo das comunidades indígenas e, além da enorme destruição da floresta, a poluição dos rios e o flagrante de aeronaves, helicópteros e outros equipamentos usados na atividade ilegal.