segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PESQUISADORES DESENVOLVEM ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL PARA HOMENS

Do UOL, em São Paulo
Enquanto as mulheres podem escolher as formas de evitar uma gestação, os contraceptivos masculinos se restringem aos preservativos e à vasectomia. Mas, segundo um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, é possível desenvolver um anticoncepcional masculino injetável.
O contraceptivo foi desenvolvido e testado por um braço da Organização Mundial de Saúde e pela Faculdade de Medicina Oriental da Virginia, nos Estados Unidos. Um estudo de um ano foi realizado em dez centros em sete países, incluindo os EUA, Austrália, Indonésia, Chile, Alemanha e Índia.
A pesquisa foi realizada com 320 homens com idades entre 18 e 45 anos, que estavam em relações monogâmicas por pelo menos um ano - e cujas parceiras concordaram em participar. A contagem de esperma dos homens foi verificada no início do estudo, para garantir que os índices estavam normais.
Eles receberam duas injeções de hormônios (progesterona e uma forma de testosterona) a cada oito semanas, e foram monitorados por até seis meses. Durante este tempo, os casais foram instruídos para usar os outros métodos de controle de natalidade não hormonais.
O fármaco suprimiu a produção de esperma até o ponto onde a gravidez é improvável, deixando a contagem de esperma em menos de um milhão. As injeções, segundo os especialistas, precisariam ser tomadas a cada dois meses para manter a eficácia.

Risco de depressão e distúrbio de humor

Os pesquisadores ainda estão a trabalhando para aperfeiçoar a combinação de contraceptivos hormonais e reduzir o risco de efeitos secundários como depressão e outros distúrbios de humor.
Os homens relataram outros efeitos colaterais, incluindo dor no local da injeção, dor muscular, aumento da libido e acne. Vinte homens abandonaram o estudo por conta dos efeitos.
Apesar dos efeitos adversos, mais de 75% dos participantes relataram estar dispostos a utilizar este método de contracepção.
Para o médico Mário Philip Reyes Festin, da Organização Mundial da Saúde, em Genebra, Suíça, e um dos responsáveis pela pesquisa, o método é eficaz, mas ainda precisa de mais estudos para encontrar o equilíbrio entre a eficácia e a segurança.

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