quinta-feira, 3 de novembro de 2016

VÍDEO: Greve de policiais civis ganha força e adesões após delegado-geral xingar os agentes de "pilantras"



Com as atividades paralisadas há exatamente uma semana, os policiais civis cearenses ganham forças e adesões em sua greve após terem sido xingados de “pilantras” pelo chefe da instituição, delegado geral Andrade Júnior. Na noite desta quarta-feira de Finados, os servidores voltaram a ocupar as ruas da Capital para protestar.

A caminhada ocorreu no calçadão da Avenida Beira-Mar. Foi a segunda vez que os manifestantes ocuparam aquele espaço na orla marítima de Fortaleza para levar ao conhecimento da população local e de turistas nacionais e estrangeiros, suas reivindicações.
Camilo Santana e Andrade Júnior. O primeiro silencia sobre a greve. O segundo insulta a categoria
Se na Capital, o movimento tem se prolongado, no Interior, os servidores da Pasta já estão em processo de mobilização e, em pelo menos, quatro cidades já foram realizadas manifestações: Sobral, Iguatu, Juazeiro do Norte e Barbalha.

Em Juazeiro, os policiais em greve voltam às ruas daquela cidade novamente nesta quinta-feira (3), e desta vez com o apoio de várias entidades da sociedade civil, entre elas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Cariri).

“Pilantras”

Os ânimos se acirraram desde a última terça-feira (1º), quando “vazou” nas redes sociais, e depois na Imprensa, um áudio em que o delegado-geral conclama a nova turma de escrivães da Polícia Civil a trabalhar e não se unir aos “pilantras” que estão em greve.

Foi o suficiente para que a categoria reforçasse seu objetivo de somente encerrar a greve após ter suas principais reivindicações atendidas pelo Governo do Estado.

Governo silencia

Mesmo diante da crise, o governador do Estado, Camilo Santana (PT), e o demissionário secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Delci Teixeira, não se manifestam sobre o assunto. Camilo adota a mesma estratégia equivocada e inábil que usou diante a iminência da greve dos agentes penitenciários, em maio passado.

A injustificável atitude de Camilo Santana naquela ocasião, de silêncio e passividade, resultou numa mega-rebelião nos presídios da Grande Fortaleza, que resultou numa carnificina, com 14 mortos (dados oficiais do governo), destruição completa de seis unidades do Sistema Penitenciário e na fuga de centenas de detentos.

Com o Estado falido, sem dinheiro para ao menos repor as perdas salariais dos servidores, Camilo prefere apostar na ilegalidade da greve, já decretada pela Justiça Estadual, e não descarta a possibilidade de ir ao extremo de ordenar a expulsão dos grevistas dos quadros da Polícia Civil.

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