sábado, 18 de novembro de 2017

LAMENTÁVEL: ALUNO DESMAIA POR CAUSA DE FOME EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL. A ESCOLA ATENDE CRIANÇAS QUE MORAM LONGE E LEVAM DUAS HORAS PARA CHEGAR. MUITAS VÃO PARA A AULA SEM ALMOÇAR E JÁ CHEGAM COM FOME. UM MENINO DE OITO ANOS DESMAIOU DE FOME EM UMA SALA DE AULA DO DISTRITO FEDERAL. A ESCOLA ATENDE CRIANÇAS QUE MORAM LONGE E LEVAM DUAS HORAS PARA CHEGAR. MUITAS, SEM ALMOÇO. ELES VÃO DE ÔNIBUS, QUE FAZ VÁRIAS PARADAS PELO CAMINHO. PARA ENTRAR NO HORÁRIO, À UMA DA TARDE, SAEM DE CASA POR VOLTA DAS 11 HORAS DA MANHÃ E PERCORREM 30 QUILÔMETROS. JÁ CHEGAM PARA AULA COM FOME.




SEXTA-FEIRA, NOVEMBRO 17, 2017 


A escola atende crianças que moram longe e levam duas horas para chegar. Muitas vão para a aula sem almoçar e já chegam com fome.
Um menino de oito anos desmaiou de fome em uma sala de aula do Distrito Federal. A escola atende crianças que moram longe e levam duas horas para chegar. Muitas, sem almoço. Eles vão de ônibus, que faz várias paradas pelo caminho. Para entrar no horário, à uma da tarde, saem de casa por volta das 11 horas da manhã e percorrem 30 quilômetros. Já chegam para aula com fome.


“Quando eles chegam na escola, você olha para eles e já vê. Eles estão apáticos, não participam. Como é que você exige de um aluno desse? Que ele esteja disposto a participar, render tudo o que deveria render?”, diz a professora Fabiane Rios.


A escola oferece apenas um lanche para os alunos da tarde, como suco e biscoito. Não dá almoço porque não é de período integral. No início da semana, um aluno de oito anos desmaiou.


“A gente chamou o Samu e quando chegou, o Samu fez o atendimento e viu que era fome. Até o rapaz chorou e a gente se sentiu completamente impotente. Como uma criança desmaia de fome?”, pergunta a professora.


Jeane de Amorim tem quatro filhos, está desempregada e conta com a ajuda da escola para alimentar as crianças. “Quando tem arroz com feijão, alguma mistura, eu ponho para eles, mas quando não tem, eles vêm com fome porque eu confio que a escola tem o lanche. É difícil”.


A alimentação faz a diferença no desempenho na sala de aula. Uma resolução do Ministério da Educação determina que o cardápio escolar deve suprir, no mínimo, 20% das necessidades nutricionais diárias para os alunos matriculados em período parcial. O que os especialistas dizem é que na faixa dos dois aos sete anos, isso é ainda mais importante por causa da formação do sistema nervoso.


A deficiência nutricional, segundo a Unesco, pode comprometer não só o presente, mas o futuro do aprendizado.


“A criança pode ter um grande potencial de aprendizagem, no entanto, a desnutrição é um fator externo, que vai causar problemas no desenvolvimento do seu sistema nervoso central e o potencial vai ficar, vamos dizer assim, estagnado. Não vai desenvolver da forma como poderia desenvolver”, explica Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco/Brasil.


Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal afirma que escalou uma equipe de nutricionistas para verificar a estrutura da escola e a possibilidade de oferecer almoço para os estudantes.


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