domingo, 19 de novembro de 2017

NEGROS REPRESENTAM 71% DAS VÍTIMAS DE HOMICÍDIOS NO PAÍS, DIZ LEVANTAMENTO. DE 2005 A 2015, NÚMERO DE BRANCOS ASSASSINADOS CAIU 12%, E O DE NEGROS SUBIU 18%. UM LEVANTAMENTO FEITO PELO FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA MOSTRA COMO A POPULAÇÃO NEGRA ESTÁ MAIS EXPOSTA À VIOLÊNCIA NO BRASIL. OS NEGROS REPRESENTAM 54% DA POPULAÇÃO, MAS SÃO 71% DAS VÍTIMAS DE HOMICÍDIO. O LEVANTAMENTO MOSTROU QUE O ABISMO ENTRE BRANCOS E NEGROS AUMENTOU NA ÚLTIMA DÉCADA. ENTRE OS MORTOS NOS HOMICÍDIOS REGISTRADOS DE 2005 A 2015, O NÚMERO DE BRANCOS CAIU 12%. E O DE NEGROS, AUMENTOU 18%.


Negros representam 71% das vítimas de homicídios no país, diz levantamento
De 2005 a 2015, número de brancos assassinados caiu 12%, e o de negros subiu 18%.
Um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra como a população negra está mais exposta à violência no Brasil. Os negros representam 54% da população, mas são 71% das vítimas de homicídio.

O levantamento mostrou que o abismo entre brancos e negros aumentou na última década. Entre os mortos nos homicídios registrados de 2005 a 2015, o número de brancos caiu 12%. E o de negros, aumentou 18%.

 (Foto: TV Globo/Reprodução)

“Nós temos um legado histórico que nunca foi enfrentado”, diz Samira Bueno, coordenadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “São mais de três séculos de escravidão e nós nunca direcionamos, de forma efetiva e consistentes, políticas públicas para tirar essa população negra, que foi escravizada por tanto tempo, dessa situação de vulnerabilidade.

Esta semana, um ator negro foi vítima de racismo e violência em São Paulo. Diogo Cintra, de 24 anos, ainda exibe as marcas da violência pelo corpo: pés, braços, rosto marcados pelas pauladas, socos e mordidas de cachorro. Cintra conta que voltava de uma festa da companhia de teatro na qual trabalha quando foi abordado por dois homens pedindo que entregasse o celular e dinheiro. Como estava perto do terminal de ônibus, ele correu para pedir apoio aos vigilantes do local.

“Cheguei no Terminal pedindo ajuda para a vigilância e a vigilante falou: ‘Corre, sai daqui. A gente não tem como fazer nada, só corre'", disse em entrevista ao G1.

Cintra afirma que, após entregar o celular, foi "entregue" pelo segurança aos assaltantes, que o levaram para fora do terminal. Um dos vigilantes chegou a perguntar aos rapazes o que eles fariam. “Falaram que iam me levar para o rio que tem ali do lado. Comecei a me debater de desespero e os caras começaram a me bater. Socos, chutes, bater com pau”, relata.

A Polícia Civil investiga a agressão a Diogo. Procurada, a São Paulo Transporte (SPTrans) diz, por meio de nota, que solicitou esclarecimento à SPURBANUSS, responsável pela administração do Terminal Parque Dom Pedro II, e que "vai colaborar com as autoridades para elucidar os fatos."

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