ESCASSEZ
Escassez de gás ameaça produção de pães em Pernambuco
A produção das 4 mil panificadoras de Pernambuco, que produzem 20 toneladas de pão francês por dia, pode ficar prejudicada a partir de sábado (26)
Publicado em 24/05/2018, às 19h53
O valor do gás nas distribuidoras da Zona Norte, que girava em torno de R$ 55 e 60 reais, chegou a R$ 90 nesta quinta-feira
Foto: Pedro Ventura/ Agência Brasil
JC Online
As panificadores de Pernambuco estão começando a sofrer com o desabastecimento de gás de cozinha, causado pela paralisação dos caminhoneiros. Segundo Associação das Indústrias de Panificação de Pernambuco, a previsão é de que, se o abastecimento não voltar ao normal, a partir do sábado (26) deve haver padaria sem conseguir produzir pão, alimento considerado essencial na mesa do brasileiro.
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Com os veículos parados por falta de combustível, as entregas de gás GLP para abastecimento dos comércios e casas estão escassas em todo o Estado. De acordo com João Galindo, presidente da Associação das Indústrias de Panificação de Pernambuco, no Estado, há 4 mil panificadoras que produzem 20 toneladas de pão francês por dia. "Já recebemos informações de panificadores com medo de ficar sem gás GLP nas cozinhas por causa do desabastecimento. Mesmo havendo forno à lenha e elétrico, o forno à gás é o mais importante porque é usado não só na cozinha, mas também nas chapas e no buffet".
Para Tiago Brito, dono de duas padarias no Recife e uma fábrica de alimentos, a solução tem sido continuar produzindo economizando ao máximo. "Estamos dando prioridade para alimentos que não necessitem do forno a gás. Geralmente usamos o forno a gás para assar bolachas, salgados e pastelaria, porque assa mais rápido e a bolacha, por exemplo, fica muito mais saborosa", afirmou o empresário.
Outro solução encontrada por Tiago tem sido contar com o auxílio dos equipamentos elétricos, o que pode acarretar também em uma surpresa na conta de energia no final do mês. "Estamos usando mais os equipamentos elétricos. Em uma das minhas padarias temos apenas um cilindro de gás em uso. Os outros três estão vazios. Na outra também, apenas um cilindro. Na fábrica, dos três cilindros, um só está em uso."
De acordo com o empresário, a distribuidora de gás abastece as padarias e a fábrica de 15 em 15 dias, mas essa semana não veio. "A previsão é de que esse cilindro dure só até semana que vem", disse Tiago, que afirmou ter observado também a diminuição da frequência da clientela em seu estabelecimento. Segundo ele, o consumidor parece estar com receio de comprar itens que não sejam de primeira necessidade.
Crise
Já Paulo Manoel, que é dono de uma distribuidora de água e gás em Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, tem presenciado uma situação de crise no comércio ao seu redor. Segundo ele, durante uma ida à distribuidora nesta quinta-feira (24), presenciou a dona de uma pequena panificadora comprando seis botijões de gás para garantir a produção de seu estabelecimento até a próxima segunda-feira.
Um outro empresário, dono de panificadora, comprou 40 botijões na distribuidora para garantir a produção de apenas dez dias. "Eu vendo água e gás há mais de sete anos. Meu pai tem um comércio aqui há mais de 40 anos e nunca tínhamos visto algo assim", afirmou, atônito, o empresário Paulo Manoel. Ainda segundo ele, o valor do gás nas distribuidoras da Zona Norte, que girava em torno de R$ 55 e 60 reais, chegou a R$ 90 nesta quinta-feira.
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