Três anos depois, a volta do sarampo
O vírus do Sarampo está de volta ao território brasileiro e os últimos registros da doença em Pernambuco são do ano de 2013. Dezoito casos já foram confirmados na cidade de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, país que já tem inúmeros casos registrados.
Em Pernambuco não se tem registro da doença desde 2014 e para manter em nível zero a Secretaria Estadual de Saúde emitiu alerta aos pernambucanos a se vacinarem. “É importante que a população vá a um posto de saúde, munido da caderneta de vacinação, para saber se é preciso fazer a atualização de alguma dose”, destaca a SES. A vacina para prevenir o sarampo é a tríplice viral, disponibilizada gratuitamente em postos de saúde, que também evita a rubéola e a caxumba.
Quem pode tomar a vacina?
Bebês com 12 meses devem ser vacinados. Para crianças acima de 02 anos, além de jovens e adultos até 29 anos, que ainda não foram vacinados, devem receber duas doses. Os adultos entre 30 e 49 anos tomam apenas uma dose da tríplice viral. O alerta também se estende aos profissionais de saúde, que devem tomar duas doses da vacina, independente da idade.
Casos confirmados
No Brasil, 18 casos já foram confirmados em Roraima, estado que faz divisa com a Venezuela, por isso é importante intensificar as ações de imunização para atualização da situação vacinal e assim evitar a reintrodução do vírus em Pernambuco pois a doença se espalha com muita facilidade e é extremamente contagiosa.
Neste ano a Organização Mundial de Saúde (OMS) já confirmou casos de Sarampo em países do continente europeu e africano. Nas américas os registros são nos Estados Unidos e, em maior quantidade, na Venezuela.
“Hoje, o fluxo de pessoas entre países pode facilitar a introdução de vírus em territórios que ele não esteja presente. Precisamos chamar a atenção dos pernambucanos para que eles verifiquem se sua situação vacinal está atualizada, não apenas para o sarampo, mas para outras enfermidades que possam ser evitadas com as vacinas disponibilizadas pelo SUS”, reforça o diretor geral de Controle de Doenças Transmissíveis da SES, George Dimech.
Em Pernambuco, foram registrados 199 casos de sarampo em 2013 e 27 em 2014, além de 1 caso importado em 2012. Anteriormente, o último registro tinha sido em 1999.
Sobre o Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa e muito comum na infância. Os sintomas iniciais apresentados pelo doente são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação nos olhos e secreção no nariz. Após estes sintomas, geralmente há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. O sarampo também pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, ataques (convulsões e olhar fixo), lesão cerebral e morte. O vírus do sarampo também pode atingir as vias respiratórias, causar diarréias e até infecções no encéfalo. Esse vírus, na maior parte das vezes, atinge mais gravemente os desnutridos, os recém-nascidos, as gestantes e a pessoas portadoras de imunodeficiências.
A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Além de secreções respiratórias ou da boca, também é possível se contaminar através da dispersão de gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas. A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
(Fonte: Fiocruz)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende a vacinação universal como forma de prevenção de inúmeras doenças, uma vez que mais de 19 milhões de crianças em todo o mundo não estão vacinadas ou precisam de imunização extra.
Segundo a OMS, a imunização salva milhões de vidas e é amplamente reconhecida como uma das intervenções mais bem-sucedidas e eficientes a nível de custo. A OMS diz que “os governos devem investir em esforços de imunização, os ativistas devem tornar as vacinas uma prioridade, e as pessoas devem vacinar-se a si e às suas famílias”. A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) também quer chamar a atenção para as falhas de cobertura que existem. Entre as crianças que não estão vacinadas, uma em cada 10 nunca recebeu uma vacina ou teve contato com um sistema de saúde.
O Plano de Ação Global para as Vacinas, adotado em 2012 por 194 países, pretende prevenir milhões de mortes até 2020 garantindo acesso universal à imunização.
Apesar das melhorias, a OMS diz que todos os objetivos para a eliminação de doenças, como sarampo, rubéola e tétano materno e neonatal, estão atrasados. A agência das Nações Unidas diz que “são precisos mais esforços concertados para que todos, em todos os lados, possam sobreviver e prosperar”. Segundo a OMS, a imunização é parte central de um sistema de saúde, porque “oferece um ponto de contato no início da vida e dá a todas as crianças a oportunidade de terem uma vida saudável”.
A ONU acredita que a imunização também é importante para conseguir outras prioridades de saúde, como controlar a hepatite viral, limitar a resistência dos micróbios a antibióticos e fornecer uma plataforma para melhorar os cuidados de saúde para adolescentes, grávidas e recém-nascidos.
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