BRASIL - CNJ COMEÇA MUTIRÃO PARA DAR CERTIDÃO DE NASCIMENTO
A QUEM NUNCA A TEVE
O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começou hoje (8) uma semana de esforço
concentrado para tentar reduzir o número de brasileiros que nunca tiveram
nenhum documento, um contingente de 2,7 milhões de pessoas, segundo informações
do Censo 2022 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Até a próxima sexta-feira
(12), o órgão promove o mutirão em todas as unidades da federação. A prioridade
será dada a pessoas em situação de rua, que dependem da documentação civil para
ter acesso a direitos básicos, como programas assistenciais, matrículas em
escolas públicas e atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
A “1ª Semana Nacional de
Registro Civil – Registre-se!” faz parte do Programa de Enfrentamento ao
Sub-Registro Civil e de Ampliação ao Acesso à Documentação Básica por Pessoas
Vulneráveis, criado neste ano pela Corregedoria Nacional de Justiça, um dos
braços do CNJ.
Outras populações socialmente vulneráveis
também são alvo da iniciativa, como os povos indígenas, ribeirinhos, refugiados
e população carcerária. O mutirão deve se repetir ao menos uma vez por ano, diz
o provimento que criou a semana.
Crédito imagem Google
O
foco, contudo, deve ser dado ao registro de pessoas em situação de rua,
grupo que aumentou 211% entre 2012 e 2022, segundo levantamento do Instituto de
Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea). De acordo com o estudo, há no Brasil
mais de 230 mil pessoas nessa condição.
“O que nós percebemos agora,
com a pandemia, é que houve um acréscimo de população de rua, houve uma
urgência de benefícios sociais. Nós realizamos convênio com os ministérios do
Desenvolvimento Social, do Trabalho, de modo que, a partir do registro e já ali
mesmo no local, poderão ser encaminhadas para a capacitação e para um futuro
emprego”, disse ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), atual corregedor-nacional.
Para que a iniciativa alcance
esse público alvo, o CNJ tem mobilizado instituições e pessoas que já trabalham
com essa temática, como o padre Júlio Lancelotti, que presta auxílio à população
de rua de São Paulo e é porta-voz da campanha nacional.
Segundo o CNJ, o mutirão
contará com o apoio da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas
Naturais (Arpen-Brasil) e demais associações de registradores civis para
viabilizar a certidão de nascimento da população desprotegida social e
economicamente.
Defensorias públicas e o
Ministério Público também são parceiros da iniciativa, auxiliando na presença
de registradores em praças públicas, por exemplo. As corregedorias-gerais dos
tribunais de cada estado ficarão a cargo de fiscalizar e apresentar os
resultados do mutirão.
Fonte crédito https://www.alagoas24horas.com.br/1515689/cnj-comeca-mutirao-para-dar-certidao-de-nascimento-a-quem-nunca-a-teve/
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