Imagem meramente ilustrativa / Reprodução: Notícias ao Minuto.
NOVA VACINA DA DENGUE CHEGA A CLÍNICAS PRIVADAS NA SEMANA QUE VEM; SAIBA QUANTO CUSTARÁ
O imunizante, batizado de
Qdenga, teve eficácia de 80% nos estudos clínicos.
Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) em março, a vacina contra a dengue da farmacêutica japonesa
Takeda deve estar disponível nas clínicas privadas de vacinação a partir da
semana que vem, ao custo de R$ 350 a R$ 500 por dose, informou a Associação
Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC). O imunizante, batizado de Qdenga,
teve eficácia de 80% nos estudos clínicos.
É a segunda vacina contra a doença a receber
registro no Brasil, mas a primeira de uso amplo na população independentemente
de infecção prévia pelo vírus da dengue. Isso porque a primeira, do laboratório
francês Sanofi Pasteur e aprovada no País em 2015, só pode ser aplicada em quem
já contraiu algum sorotipo da dengue porque aumenta a ocorrência da forma grave
da doença em pessoas nunca antes infectadas pelo vírus.
A vacina da Sanofi Pasteur tem ainda como limitação
a faixa etária para qual é indicada: 9 aos 45 anos, enquanto a Qdenga pode ser
usada por pessoas de 4 a 60 anos. O imunizante da empresa japonesa protege
contra os quatro sorotipos do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Por definição da Anvisa, a vacina deverá ser
administrada via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três
meses entre as aplicações. Com isso, o preço do esquema completo de vacinação
ficará entre R$ 700 e R$ 1 mil no Brasil.
Os preços máximos foram definidos pela Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e variam de acordo com a carga
tributária de cada Estado. Esses valores referem-se ao valor que poderá ser
cobrado pelo laboratório farmacêutico ao vender o produto para clínicas
privadas. No caso do Estado de São Paulo, o preço definido pela CMED é de R$
379,40.
O valor final ao consumidor é acrescido ainda,
segundo a ABCVAC, do serviço prestado no estabelecimento: atendimento, triagem,
análise da caderneta de vacinação, orientações pré e pós-vacina, entre outros.
O Ministério da Saúde ainda não definiu se a vacina
será disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS). Para que isso aconteça, o
produto deve passar por avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS (Conitec) em processo que costuma levar ao menos seis meses
e que avalia não só a eficácia e a segurança do produto, mas também seu
custo-benefício.
Histórico
De acordo com a Takeda, os estudos clínicos da
Qdenga tiveram 28 mil participantes, com acompanhamento de mais de quatro anos
dos voluntários da última fase do estudo. Além da eficácia geral de 80,2%, o
imunizante alcançou 90,4% de proteção contra hospitalizações pela doença 18
meses após a vacinação. A Qdenga é feita com vírus vivo atenuado do sorotipo 2
da dengue.
"A demonstração da eficácia da vacina Qdenga
tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, de fase
3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para
dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da
vacina", justificou a Anvisa ao anunciar a aprovação, em março.
A Takeda entrou com pedido de registro na Anvisa em
2021. O processo, segundo a agência, foi demorado porque foram solicitados
dados complementares. A vacina "segue sujeita ao monitoramento de eventos
adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da
empresa".
A vacina do Instituto Butantan, única a entrar na
fase final de estudos além dos produtos da Sanofi e Takeda, registrou 79,6% de
eficácia nos testes de fase 3, conforme dados preliminares, mas só deverá ter
sua pesquisa concluída e resultados finais conhecidos em 2024.
Cenário epidemiológico
De janeiro a 7 de junho deste ano, o País registrou
1,3 milhão de casos prováveis de dengue, alta de 22% em relação ao mesmo
período do ano passado, segundo boletim mais recente do Ministério da Saúde. Ao
menos 635 óbitos foram confirmados e outros 420 estavam em investigação no
momento da publicação do boletim, no início do mês.
No ano passado, o Brasil teve recorde de óbitos
pela doença: 987 vítimas. Fenômenos climáticos podem piorar ainda mais o
cenário para os próximos anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um
aumento da disseminação de doenças virais, como dengue, zika e febre chikungunya,
devido ao fenômeno climático El Niño, que começou a se manifestar nas últimas
semanas e deve influenciar o clima em várias partes do mundo ao longo deste
ano.
"A OMS está se preparando para a muito alta
probabilidade de que 2023 e 2024 serão marcados pelo evento El Niño, que pode
aumentar a transmissão de dengue e outras chamadas arboviroses, como zika e
chikungunya", disse na quarta-feira, 21, o diretor-geral da OMS, Tedros
Adhanom.
FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO. https://novamais.com/noticias/102741/nova-vacina-da-dengue-chega-a-clinicas-privadas-na-semana-que-vem-saiba-quanto-custara
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