O
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou nesta
sexta-feira (26), que o aplicativo de mensagens Telegram indique o nome do seu
representante legal no Brasil.
De acordo com o despacho do magistrado, o qual a
equipe de reportagem da Jovem Pan teve acesso, a empresa terá um prazo máximo
de 24 horas para responder à solicitação do magistrado e, caso não cumpra a
decisão judicial, terá uma multa diária de R$ 500 mil e poderá ser novamente
suspenso pelo prazo inicial de 48 horas.
A determinação do Supremo ocorre no inquérito
aberto para apurar a atuação de diretores e responsáveis pelo aplicativo de
mensagens e pelo Google por possível campanha “abusiva contra o projeto de Lei
das Fake News”. A intimação da ordem de Moraes ocorre através de um endereço
eletrônico fornecido pela empresa estrangeira.
O inquérito contra as big techs tramita no STF
desde o dia 12 de maio a pedido da Procuradoria-geral da República (PGR), como
antecipado pela Jovem Pan News. Moraes havia deliberado que as diligências
teriam um prazo de 60 dias para apurações. O período teria como objetivo
permitir que a Polícia Federal colhesse o depoimento de diretores e
responsáveis pelas gigantes de tecnologia. A manifestação favorável da PGR
sobre as investigações contra Google e Telegram ocorre após o presidente da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acionou o órgão através de uma notícia-crime em
que cita “contundente e abusiva” ação das big techs contra a aprovação do
Projeto de Lei 2630/2002.
Além da decisão de Moraes, o ministro da Suprema
Corte pontuou que o Telegram havia informado que o escritório Campos Thomaz e
Meirelles Advogados, incluindo todos os seus sócios e advogados, não mais
prestam assessoria jurídica ao aplicativo. Com isso, de acordo com a legislação,
empresas que administram serviços de internet no país devem contar com um
representante legal para que as decisões judiciais sejam atendidas. “[…]
circunstância que não tem sido atendida pela empresa TELEGRAM. Conforme consta
do relatório policial, a decisão do grupo que controla o TELEGRAM em não se
submeter a diretrizes governamentais a partir de princípios que regem a sua
Política de privacidade resultou em sanções impostas por 11 (onze) países. O
desprezo à Justiça e a falta total de cooperação da plataforma TELEGRAM com os
órgãos judiciais é fato que desrespeita a soberania de diversos países, não
sendo circunstância que se verifica exclusivamente no Brasil e vem permitindo
que essa plataforma venha sendo reiteradamente utilizada para a prática de
inúmeras infrações penais”, argumentou Moraes em sua decisão.
Via Portal CM7 https://www.sobral24horas.com/2023/05/alexandre-moraes-determina-que-telegram.html
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