DIETA RESTRITIVA PODE LEVAR A ATAQUE CARDÍACO E AVC
Imagem meramente ilustrativa / Reprodução do google.
DIETA RESTRITIVA
PODE LEVAR A ATAQUE CARDÍACO E AVC
Quando diminuímos
a ingestão de carboidrato, também estamos diminuindo a quantidade de fibras na
dieta.
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Ter uma dieta
saudável é um dos principais pilares para manter o coração em dia e evitar
doenças cardiovasculares. Mas existe um cardápio ideal para que o coração
funcione bem? Segundo especialistas, o segredo é sempre obedecer a cadeia
alimentar, sem muitas restrições ou excessos.
“A dieta perfeita é
a que obedece toda a cadeia alimentar. Tudo em excesso não é bom. A dieta
boa para o coração é rica em nutrientes, proteínas, legumes, sais minerais. Se
você diminui o consumo, você não recebe os eletrólitos suficientes, o que pode
aumentar a chance de arritmia, por exemplo”, explica Juliana Gil, cardiologista
do Hospital Sírio-Libanês.
Um estudo publicado
na Journal of the American College of Cardiology alertou para os efeitos do
baixo consumo de carboidratos no coração. Segundo os pesquisadores, essa
restrição pode elevar o risco de fibrilação arterial, uma alteração nos
batimentos cardíacos que pode gerar desmaio, parada cardíaca e AVC.
A cardiologista
explica que, antes de começar uma dieta, é preciso entender qual o tipo de
restrição e se ela é indicada para o seu perfil. Também é preciso fazer um
acompanhamento com o especialista. Não devemos pegar cardápios na internet e
colocar em prática, sem os ajustes necessários.
"Cada dieta
tem seus benefícios. Quando você vai começar uma dieta mais restritiva, é
preciso levar em consideração se você tem comorbidade, se tem algum problema de
saúde, se ela não vai piorar a sua condição. Uma dieta em que você fica
muito tempo sem comer, por exemplo, pode piorar o controle de glicose, pode
levar a uma hipoglicemia. A low carb pode aumentar o estresse oxidativo e
desencadear algumas doenças", alerta.
É preciso ter uma dieta saudável / Reprodução do google.
O baixo consumo de
carboidrato
O carboidrato é
responsável pela formação do músculo. É ele quem ajuda a fazer a formação da
estrutura corporal. Tanto o excesso como a falta dele podem trazer riscos
para o coração.
"Carboidrato
vira açúcar. O excesso dele também aumenta a chance de obesidade. Por isso,
devemos apostar no equilíbrio e em uma dieta rica em nutrientes. Se você
não recebe os eletrólitos suficientes, isso aumenta a chance de arritmia,
aumento da pressão", diz Juliana Gil.
Quando restringimos
o carboidrato, também estamos diminuindo a quantidade de fibras na dieta.
Encontradas em pães integrais, cereais e massas integrais, bem como em nozes,
frutas e legumes, as fibras reduzem significativamente o risco de doenças
cardíacas.
"Existem
algumas dietas com baixo teor de carboidrato que acabam restringindo o consumo
de frutas, legumes e verduras. Nesse tipo de dieta, o consumo de fibras é muito
baixo. Isso pode ser ruim, porque as fibras são importantes para evitar o
excesso do colesterol na nossa corrente sanguínea, e até evitar o excesso de
glicemia. A gente deixa de ter essa proteção", explica a nutricionista
Lara Natacci, mestre e doutora em nutrição pela FMUSP (Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo).
Quando tiramos
frutas, legumes e verduras da nossa dieta, também deixamos de consumir os
compostos bioativos, que promovem uma ação antioxidante e antiinflamatória.
"Sabemos que muitas doenças cardiovasculares estão ligadas à
inflamação. Tiramos esses compostos que têm atividade protetora na saúde
cardiovascular", completa a nutricionista.
Natacci explica que
é fazer uma dieta com menos carboidrato é interessante para quem consome
muito. Mas isso precisa ser feito com orientação.
"A
mediterrânea é uma boa dieta, tem 40% de carboidrato. Dá para diminuir
carboidrato, melhorar o tipo de carboidrato, mas não é legal ficar abaixo dessa
porcentagem. Vai diminuir? Tudo bem. Mas continue consumindo frutas,
legumes e verduras, coma cereais integrais, use o carboidrato que tenha
fibras", diz a nutricionista.
Efeito sanfona
Quando fazemos
dietas muito restritivas, um dos problemas pode ser o efeito sanfona. Você
segue o cardápio e emagrece, mas não consegue sustentar essa rotina restritiva
por muito tempo. O resultado? Voltar ao peso que estava antes (ou até mais).
O processo
constante de emagrece-engorda tem um impacto negativo no coração e pode
provocar diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e alteração do
metabolismo, mesmo para quem não está acima do peso.
"A gente não
consegue sustentar essas dietas por muito tempo. Se você faz uma restrição
severa, tira o carboidrato e depois volta comendo uma quantidade maior, isso é
ainda pior. Oscilar o peso é muito ruim para a nossa circulação", diz
Lara Natacci.
Juliana Gil lembra
que perder peso é sempre benéfico, mas é preciso ficar atento ao
engorda-emagrece.
"Melhora a
pressão, o controle da glicose, pode melhorar o colesterol. O emagrecer é
sempre bom. Mas se você toma alguma medicação, por exemplo, você precisa fazer
o ajuste para a 'versão magra'. Se você engordar, a pressão sobe e você não
percebe (e também não fez o ajuste). Se você toma alguma medicação, vc tem que
fazer ajuste da medicação".
Crédito FONTE: G1. Outros
crédito https://novamais.com/noticias/90815/dieta-restritiva-pode-levar-a-ataque-cardiaco-e-avc
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