TELEGRAM MANTEVE CANAL NEONAZISTA ATIVO MESMO SABENDO QUE CRIADOR JÁ HAVIA SE ENVOLVIDO COM 'INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA'
TELEGRAM MANTEVE CANAL NEONAZISTA
ATIVO MESMO SABENDO QUE CRIADOR JÁ HAVIA SE ENVOLVIDO COM 'INCITAÇÃO À
VIOLÊNCIA'
A
informação consta do inquérito que levou à suspensão do serviço no Brasil por
recusa da plataforma em entregar dados de grupo do qual participava o assassino
que matou uma criança e 3 professores em Aracruz (ES).
O Telegram manteve em operação
um canal neonazista mesmo sabendo que o criador dele já esteve envolvido com
"conteúdo que incita à violência".
A informação foi prestada pelo próprio Telegram à
Polícia Federal (PF) em um e-mail onde a polícia pedia informações sobre os
dados dos integrantes. O pedido havia sido feito no dia 10 de abril, depois que
a polícia descobriu que o assassino de Aracruz fazia
parte de um grupo onde havia orientações e conteúdos sobre violência em
escolas.
Na resposta por e-mail, feita apenas no dia 19 de
abril, o Telegram disse que:
“Os dados privados relacionados ao usuário
criador/administrador do grupo estão disponíveis excepcionalmente, pois o
usuário esteve anteriormente envolvido com conteúdo envolvendo incitação à
violência. Neste sentido, o Telegram reitera que uma ordem judicial válida é
necessária para a divulgação dos dados pessoais existentes do usuário”, disse.
No dia da resposta negativa, o Ministério da Justiça já havia publicado uma portaria que obrigava as
redes sociais a retirarem do ar conteúdos sobre violência em escolas e operações contra casos de violência. Além disso,
operações da PF aconteciam com foco em adolescentes e adultos rastreados a
partir de plataformas online envolvidos com incitação à violência em escolas.
Alguns deles chegaram a ser detidos com materiais nazistas.
Dados foram apagados após ordem
judicial
A partir
da resposta, a Inteligência da PF deu início a uma disputa judicial. No dia 20
de abril, a Justiça determinou que a empresa entregasse as informações em 24
horas, sob pena de suspensão do funcionamento do aplicativo no país.
No dia seguinte, 21 de abril, o Telegram
entregou os dados, mas nos documentos alegou não ser mais possível rastrear o
grupo porque ele havia sido apagado. Segundo a polícia, no entanto, por volta
das 17h do dia 20 de abril, poucas horas antes do retorno da plataforma, o grupo
ainda estava no ar.
Em
resposta, a plataforma ainda disse à polícia que:
“Foi
possível identificar que o grupo já foi deletado. Assim, para recuperar dados
privados de seu administrador, é necessário o seu número de telefone”.
Segundo a Polícia Federal, o
aplicativo de troca de mensagens permite que o administrador de um grupo seja
oculto e que integrantes possam ocultar suas informações, incluindo o número de
telefone. O pedido à plataforma foi para que entregassem os números e, a partir
deles, a PF pudesse buscar o número IP e relevar a identidade, punindo o
criminoso.
“Ora, se fosse do nosso conhecimento tais
números de telefones vinculados aos integrantes e ao administrador do grupo,
não necessitaríamos da presente medida judicial”, disse a polícia em resposta à
plataforma para a Justiça.
Com
a falta de informações, a Justiça suspendeu nesta
quarta-feira (26) o aplicativo até a entrega dos dados sob multa de R$
1 milhão por dia de descumprimento.
A
reportagem do g1 acionou o aplicativo, mas não obteve retorno até a
publicação.
Telegram
é 'dark web' em aplicativo de fácil manuseio, diz PF
Segundo a
PF, o Telegram permite ocultar e, assim, tornar irrastreável pessoas que
articulam e cometem crimes online pelo aplicativo de mensagens.
No
relatório à Justiça, a PF chega a citar falta de respostas em casos como de
abusos sexuais infantis. Com isso, comparou a ferramenta com a ‘deep web’.
“O
ambiente é tão seguro para ocultação das identidades dos seus usuários que o
aplicativo concorre com o também preocupante ambiente proporcionado na 'dark
web', porém, com o atrativo de ser um aplicativo simples e de fácil manuseio
para quem não detém maiores conhecimentos de informática, o que seria
necessário para a utilização da deep web”, disse a PF em trecho do inquérito.
A "deep web"
("rede profunda", em tradução livre) é como é conhecida a parte da
internet que não pode ser encontrada em buscadores como Google e Bing, e sim
por programas que funcionam como intermediários. A parte anônima da "deep web"
é a chamada "dark web" ("rede escura"), que tem desde
conteúdos de ativistas políticos até criminosos virtuais.
Por Fernando Zuba e Poliana Casemiro
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