FÓSSIL DE 520 MILHÕES DE ANOS ILUMINA A EVOLUÇÃO DO SISTEMA NERVOSO. ACHADO NA CHINA ESTÁ TÃO BEM PRESERVADO QUE ATÉ NERVOS INDIVIDUAIS SÃO VISÍVEIS UM FÓSSIL DO ‘C. KUNMINGENSIS’, ANIMAL DO PERÍODO CAMBRIANO PERTENCENTE À FAMÍLIA QUE DEU ORIGEM AOS ATUAIS INSETOS, ARACNÍDEOS E CRUSTÁCEOS - JIE YANG/ UNIVERSIDADE DE YUNNAN.



Fóssil de 520 milhões de anos ilumina a evolução do sistema nervoso.

Achado na China está tão bem preservado que até nervos individuais são visíveisUm fóssil do ‘C. kunmingensis’, animal do Período Cambriano pertencente à família que deu origem aos atuais insetos, aracnídeos e crustáceos - Jie Yang/ Universidade de Yunnan


POR CESAR BAIMA
01/03/2016 6:00 / atualizado 01/03/2016 15:10


RIO - O fóssil de um animal que viveu há 520 milhões de anos no que é hoje o Sul da China está ajudando os cientistas a melhor compreenderem como evoluiu o sistema nervoso. Excepcionalmente bem preservados, os restos do bicho exibem até mesmo nervos individuais, na primeira vez que este nível de detalhe já foi observado em um fóssil tão antigo.


Batizado Chengjiangocaris kunmingensis, o animal parecido com um camarão remonta à chamada “explosão cambriana”, período na História de nosso planeta há cerca de meio bilhão de anos em que ocorreu um rápido desenvolvimento evolucionário, e no qual a maior parte dos principais grupos animais da Terra aparece pela primeira vez nos registros fósseis. No caso do C. kunmingensis, ele pertence ao grupo chamado fuxianhuiids, ancestral dos artrópodes modernos, que incluem insetos, aranhas e crustáceos.

- Este é um vislumbre único de como se pareciam os antigos sistemas nervosos – diz Javier Ortega-Hernández, do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e principal autor de artigo sobre a descoberta, publicado nesta segunda-feira no periódico científico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). - Ele é o mais completo exemplar de um sistema nervoso central do Período Cambriano.

O sistema nervoso central é responsável pela coordenação de todas as funções neurais e motoras. Nos vertebrados, ele é composto pelo cérebro e a medula espinhal, mas nos artrópodes ele consiste em um cérebro condensado e uma série de massas interconectadas de tecido nervoso, chamadas gânglios, que se parece com um colar de contas. Assim como os artrópodes modernos, o C. kunmingensis possuía esse cordão nervoso, com cada gânglio controlando um par de patas. Mas uma observação mais detalhada do fóssil revelou ainda dezenas de finas fibras, cada uma medindo aproximadamente cinco milésimos de milímetro de comprimento.


- Estas delicadas fibras mostravam um padrão de distribuição muito regular, então queríamos saber se elas eram feitas do mesmo material que os gânglios do cordão nervoso – conta Ortega-Hernández. - E, usando microscopia de fluorescência, confirmamos que as fibras eram de fato nervos individuais, fossilizados como filmes de carbono, com um nível de detalhes sem precedentes. Assim, este fóssil vai melhorar em muito nossa compreensão sobre como o sistema nervoso evoluiu.

Segundo os pesquisadores, uma das principais questões que a descoberta vai ajudar a responder é justamente sobre como os primeiros animais evoluíram, já que o sistema nervoso pode dar muitas informações sobre esse processo. Análises aprofundadas do C. kunmingensis indicam que nele o sistema nervoso está estruturado de uma maneira similar à vista nos atuais priapulidos e onicóforos, filos de animais parecidos com vermes marinhos e terrestres, com nervos regularmente espaçados saídos de cordão nervoso ventral. Essas dezenas de nervos, no entanto, desapareceram de forma independente tanto dos tardígrados (animais microscópicos conhecidos por conseguirem sobreviver no espaço) quanto dos artrópodes modernos, que pertencem ao mesmo superfilo taxonômico, o que sugere que a simplificação foi parte importante da evolução do sistema nervoso dos animais.

- Quanto mais fósseis como este encontrarmos, mais seremos capazes de entende como o sistema nervoso, e os primeiros animais, evoluíram – conclui Ortega-Hernández.



FÓSSIL DE 520 MILHÕES DE ANOS ILUMINA A EVOLUÇÃO DO SISTEMA NERVOSO. ACHADO NA CHINA ESTÁ TÃO BEM PRESERVADO QUE ATÉ NERVOS INDIVIDUAIS SÃO VISÍVEIS UM FÓSSIL DO ‘C. KUNMINGENSIS’, ANIMAL DO PERÍODO CAMBRIANO PERTENCENTE À FAMÍLIA QUE DEU ORIGEM AOS ATUAIS INSETOS, ARACNÍDEOS E CRUSTÁCEOS - JIE YANG/ UNIVERSIDADE DE YUNNAN. FÓSSIL DE 520 MILHÕES DE ANOS ILUMINA A EVOLUÇÃO DO SISTEMA NERVOSO.  ACHADO NA CHINA ESTÁ TÃO BEM PRESERVADO QUE ATÉ NERVOS INDIVIDUAIS SÃO VISÍVEIS UM FÓSSIL DO ‘C. KUNMINGENSIS’, ANIMAL DO PERÍODO CAMBRIANO PERTENCENTE À FAMÍLIA QUE DEU ORIGEM AOS ATUAIS INSETOS, ARACNÍDEOS E CRUSTÁCEOS - JIE YANG/ UNIVERSIDADE DE YUNNAN. Reviewed by BLOG Catende No Rastro da Notícia on 20:11:00 Rating: 5

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